julho 29, 2007

"TURBULÊNCIA" para pensar...

Quando comecei a viajar a trabalho, tive a oportunidade de conhecer vários Estados e Cidades do Brasil, e para chegar até o local onde deveria dar as aulas dos cursos, tinha que usar vários tipos de transporte.

A maioria das pessoas acham maravilhoso viajar de avião e concordo que realmente é algo extraordinário, pois é o meio de transporte que, estatísticamente, é mais seguro e que nos permite realizar trabalhos que levariam muito mais tempo, acarretando um gasto maior, tornando determinados serviços inviável se não tivéssemos esse meio de transporte que reduz bastante o tempo gasto nas viagens.

Mesmo sabendo de tudo isso, não posso negar que "morro" de medo de avião, mas viajei durante quase seis anos trabalhando, usando na maioria das vezes esse meio de transporte e vários tipos diferentes de avião.

Em uma dessas viagens, de volta para casa, aproveitando a cervejinha liberada sempre no final dos trabalhos, tentei manter a linha, principalmente na decolagem (é lógico que entortei os dedos e torturei o colega ao lado, falando sem parar para acalmar os nervos).

Isso me faz lembrar um programa na televisão (TV Pirata), que apareceu a atriz Débora Block entrando num avião, com toda a corda, e se sentando entre duas pessoas.

Com o nervosismo, começou a conversar com as duas pessoas, de uma maneira totalmente compulsiva.

Aí, de repente, essas pessoas chamaram as aeromoças, e quando elas atenderam, eles falaram: - "Por favor comissárias, poderiam avisar a essa senhora que ela está na "ala dos não falantes?"

Quando esse programa passou, eu estava na sala com toda a família e é lógico que zuaram comigo, isto é, não perderam a oportunidade de fazer gozação pelo fato de eu falar por demais da conta.

Acabei levando na esportiva e muitas vezes, quando marcavam a poltrona, eu solicitava a ala dos falantes e dos fumantes (eu não fumava, eu comia o cigarro de medo) e sempre no fundão do avião, pois na minha cabeça era o lugar mais seguro do avião.

Antes que eu escorregue para outro assunto, voltemos a essa viagem em questão.

É lógico que depois de umas cervejinhas e com o friozinho do ar condicionado dá aquela vontade imensa de fazer "xixi".

Toda vez que eu tinha que me levantar para usar o banheiro, eu já ia rezando, morrendo de medo de ter que ficar naquele cantinho tão pequeno e desconfortável (a impressão que eu tinha, é que ao sentar no vaso, poderia ser sugada para dentro dela (coisa de louco), sem comentários)).

Mas, tudo bem, lá fui eu.

Só que, no meio daquele "xixi" gostoso, começou a balançar tudo, solavanco pra cá e pra lá e pensei, ou estamos passando por uma turbulência ou esse monstro tá caindo.

Eu não posso dizer que sou uma grande mulher, mas sou uma mulher grande.

O banheiro realmente ficou mais pequeno ainda naquele momento. Eu não sabia se saía ou se ficava lá dentro.

Quando fui levantar a calça comprida, esqueci de levantar a calcinha primeiro, não achava o feixe da calça; eu já não sabia se devia por a blusa pra dentro ou deixar a blusa para fora.

Gente! Eu não conseguia sair dalí e fiquei desesperada!

Quando finalmente começou a diminuir a turbulência, consegui abrir a porta do banheiro e dei de cara com a aeromoça.

Aí percebi que havia sobreviventes e a aeromoça, provavelmente notando meu estado, me acompanhou até o meu lugar, me acalmando e me ajudando a terminar de me vestir.

Depois de me sentar na poltrona, me lembrei de uma conversa entre eu, minha mãe e meu irmão, e foi aí que comecei a rir, mas a rir tanto, que depois tive que me explicar para os companheiros o motivo do acesso de riso.

Minha mãe não tem medo de avião, simplesmente ela tem síndrome do pânico só de falar nele!

Então, em uma das vezes que ela estava preocupada, dizendo que era melhor eu largar o emprego por causa das viagens, antes que acontecesse um acidente, o meu amado irmão contestou e disse:

- "Mãe! Você já pensou que chique!

As pessoas vêm e perguntam: - De quê morreu sua irmã?

Então eu respondo:

- Morreu num acidente aéreo, pela varig, vasp ou tam. Mãe, veja bem! É muito diferente que ter que responder:

- Ah! Minha irmã? Ela morreu num acidente com o ônibus circular Cota 200 à caminho da Escola Técnica Federal de Cubatão (aquele tipo de ônibus lotado, que anda sempre inclinado para a direita e com aquele rala e rola, com cheirinho de desodorante vencido).

Mas o problema é que, nessa viagem em questão, no momento da turbulência, eu estava presa no banheiro do avião. E é lógico que eu tinha que rir, pois quando perguntassem de que morreu sua irmã, eles teriam que responder:

- "Morreu num acidente aéreo e foi encontrada entalada no banheiro do avião".

Não dá para aguentar!

Será que seria chique mesmo?

Tenho lá minhas dúvidas...



Queridos leitores! Esse texto foi escrito em agosto/2007 e, depois que acabei de reescrevê-lo, percebi que, apesar do medo que eu tinha, eu confiava realmente na segurança em viajar de avião, achava que se acontecesse algum acidente, eu teria como sobreviver, ou como ser encontrada, foi isso que senti.

Tenho saudades das viagens, das aulas, das pessoas, dos vários Brazis que existe no nosso País, foi uma excelente pós-graduação.

Mas, diante de todos esses acontecimentos na aviação, em menos de um ano, acho que se tivesse ainda trabalhando, com certeza seria um pânico total familiar, pessoal. Será que eu continuaria nesse emprego?

Já pensaram, ter que viajar a trabalho, toda a semana, com malas e livros mil, precisando chegar no horário, sempre no mesmo dia da viagem, meu Deus, seria um caos total.

Não consigo culpar ninguém, esses acidentes me abalaram por completo, me sinto impotente diante dessa situação terrível.

Antes, a gente fazia graça, hoje não dá mais pra confiar, somente naquele Amigão lá de Cima, o nosso maior advogado, Deus!

Penso nas famílias órfãs, nos que trabalham na aviação, naqueles que viajam para terem seu ganha-pão, que precisam, sem ter como mudar de emprego, tendo que enfrentar as filas, os atrasos, o medo, toda essa situação, sem solução e explicação!

A todos eles oro, oro muito, não vejo como posso ajudar. Talves esse meu relato exprima a confiança que existia anteriormente, e desejo, de coração, que possamos, novamente, confiar na aviação.

Capítulo VI do Livro em andamento "MEUS CASOS", escrito em agosto/1997
(porque será que encontrei, justamente, dez anos depois, esse capítulo?)

julho 28, 2007

"CUSTO DA FIBROMIALGIA"


DIA 15/11/2003 - MEU ANIVERSÁRIO

ATENÇÃO FIBROMIÁLGICOS: Os medicamentos abaixo indicados foram prescritos para a paciente Maria Cristina Quintana Ribeiro, por três Drs. especializados em dor crônica, Dr. Luiz Alceu de Araújo, médico ortomolecular, Dra. Mônica, anestesista, especialista em dor crônica e Dra. Roseni, Clínica Geral, anestesista, especialista em dor crônica.
Todos os medicamentos foram prescritos após Consulta Médica, através de receituário, com todos os cuidados necessários e também acompanhamento médico para análise da evolução das enfermidades e reações adversas dos remédios, sendo esses substituídos quando necessário.
Caso algum dos medicamentos lhe chame atenção, pergunte ao seu médico quanto à necessidade e sintomas que esse possa provocar.

AO ACORDAR (não tenho um horário fixo, normalmente tento ingerí-los às 9:00h
(tenho tomado 1 copo de água com 3 dentes de alho, em jejum - antes de dormir, coloco os dentinhos de alho numa caneca com água, deixo coberta, para tomar no dia seguinte - bom para evitar retenção de água no corpo e também aumentar a imunidade - remédio caseiro da época de meus avós)
. 1cp de Efexor 75mg (anti-depressivo)
. 1cp de mytedon 10mg (derivado de morfina)
. 1cp de Espinheira Santa 380mg (para o estômago-homeopata)
. 1cp de neurontin (gabapentina) 300mg (humor e dores, fibromialgia)
. 4 glóbulos de medicamento de manipulação do ortomolecular para intestino, estômago, náuseas)
. 1 cp de omeprazol 40 mg (estômago, enjôos), quando necessário

ANTES DO ALMÔÇO (quando consigo, pois normalmente não tenho apetite)
. 1 cp de ômega 3 (cápsulas de óleo de peixe) 100mg
. 1 cp de Caldê (cálcio para osteoporose)
. 1 cp de Vitergan Master (complexo vitamínico)
. 1 cp de Núcleo C.M.P.(regenerador do sistema nervoso)

ANTES DA JANTA
. 1cp de Aspartato de Arginina 250mg (Reforgan) para ansiedade, síndrome das
pernas inquietas

ANTES DE DORMIR
. 1cp de Dormonid 15mg
. 1cp de Rivotril 0,5mg
. 1cp de fenergan 250 mg (para potencializar os medicamentos)
. 1cp de neurontin (gabapentina) quando estou em crise, muitas dores
Tento, quando consigo, aplicar Reiki, energia, tratamento alternativo

Costumo tomar 2 cp de dorflex, quando as dores de cabeça são muito intensas
1cp de osteoform 70 mg, uma vem por semana, em jejum (osteoporose diagnosticada através do exame "densitometria óssea", o qual faço uma vez por ano, desde 2001

Para as cólicas abdominais, tomo 1cp de Tropinal
Para as alergias e coceiras pelo corpo, tomo quando os médicos determinam,
durante 15 dias, Itraspor 100mg
Uso para as coceiras o creme Candicorte
Quando acordo com sintomas de gripe tomo um simples Benegrip, o qual ajuda para que eu possa me levantar, em dias de ressaca fibromiálgica

Os glóbulos para a parte de intestino, enjôos, estômago, tomo sempre de 4 em 4 glóbulos, durante o dia, dependendo da necessidade.
Composição: Argentum Nitricum 200 FC, Argentum Nitricum 30CH, Nux Vomica 12CH, Podophilinum 6CH, Pulsatilla Nig 6CH, Chellidonium 6CH, Phosphoricum Acidum 30CH AA, 1 vd glóbulos (intestino e enjôo, estômago)
Mytedon, quando em crise, tomo 30 mg.
O Neurontin (gabapentina) também no auge da doença, cheguei a tomar 3000mg.
Bloqueios, injeções locais nos pontos doloridos, de corticóides e outros,
somente quando necessário, isto é, quando as dores se tornam insuportáveis ao ponto de não conseguir me movimentar.
No auge na doença, as tomava de 10 em 10 dias, no centro cirúrgico, na época em que eu estava numa cadeira de rodas.

EXERCÍCIOS: Hidroterapia, duas vezes por semana
Pequenas caminhadas quando fora da crise
Subo e desco escadas, caminho pela casa, pelo quintal,
serviços domésticos em geral (hoje consigo fazer isso uns 6 dias
durante o mês)

CONVÊNIO UNIMED REGIONAL/SANTOS

"CUSTO DA DOENÇA"
preços com desconto para aposentados
. Dormonid 15 mg - caixa com 20 cp - 1 1/2 por mês - preço da caixa R$ 38,26
Gasto por mês:R$ 57,39
. Efexor 75mg - caixa com 28 cp - 30 cp por mês - preço da caixa R$ 81,39
Gasto por mês: R$ 87,20
. Mytedon 10mg - caixa com 20cp - 45 cp por mês - preço da caixa R$ 18,02
Gasto por mês: R$ 40,55
. Neurontin (gabapentina) 300mg-genérico c/30cps. -preço da caixa R$ 29,83
45 cps/mês Gaspo por mês: R$ 44,75
. Rivotril 0,5mg - caixa com 20cp - 30 cp por mês preço da caixa R$ 3,98
Gasto por mês: R$ 5.97
. Osteoform 70mg(genérico) - caixa com 8cps. preço da caixa R$ 48,65
4cp/mês Gasto por mês: R$ 24,33
. Omega 3 - 30cápsulas preço da caixa R$ 19,20
Gasto por mês: R$ 19,20
. Remédio Manipulação em glóbulos preço do vidro R$ 12.29
Gasto por mês: R$ 12,29
. Caldê (cálcio) 60 cápsulas - 30cps.ao mês preço da caixa R$ 43,70
Gasto por mês:R$ 21,85
. Vitergan master - caixa com 30cápsulas preço da caixa R$ 36,89
Gasto por mês: R$ 36,89
. Fenergan 250mg - caixa com 20cp- preço da caixa R$ 5,88
30 cp/mês Gasto por mês: R$ 8,82
. Dorflex - cartela com 10cps - média 15cp/mês preço da cartela R$ 3,45
Gasto por mês: R$ 5,16
. Benegrip - cartela com 6cps - média 12cp/mês preço da cartela R$ 3,35
Gaspo por mês: R$ 6.70
. Tropinal 20cps - média 10cps/mês preço da caixa R$ 11,02
Gasto por mês: R$ 5,51
. Omeprazol 40mg - caixa com 07 cps-14cps/mês preço da caixa R$ 15,65
Gasto por mês: R$ 31,30
medicamentos aleatórios: creme candicort e nerisona,
vick vaporub, corega creme, plasil Gasto por mês:R$ 100,00

HIDROTERAPIA (8 SESSÕES) Gasto por mês: R$ 240,00

CONVÊNIO UNIMED Gasto por mês: R$ 235,00

Além dos gastos acima citados, tenho de pagar profissionais para fazerem as atividades domésticas, companhia quando necessário, de mais ou menos R$ 600,00 por mês, as quais não vou incluir, ou seja, não são medicamentos
literalmente falando.

TERAPIA C/ PSICÓLOGA - 4 sessões ao mês/mínima - Gasto p/mês: R$ 160,00

SOMANDO-SE OS VALORES TEREMOS UM TOTAL DE R$ 1.142,91
(HUM MIL, CENTO E QUARENTA E DOIS REAIS E NOVENTA E UM CENTAVOS)

ATENÇÃO: 1.142,91 REPRESENTA 03 (TRÊS) SALÁRIOS MÍNIMOS OU
300,77% DO SALÁRIO MÍNIMO, QUE É DE R$ 380,00 (trezentos e
oitenta reais

ATENÇÃO: RECEBO, POR MÊS, DA APOSENTADORIA POR INVALIDÊZ,
R$ 951,80 (NOVECENTOS E CINQUENTA E UM REAIS E OITENTA CENTAVOS).

PORTANTO, SEM AJUDA DE UM PATRIMÔNIO FAMILIAR, NÃO TERIA CONDIÇÕES DE GASTAR TODA ESSA QUANTIA, SENDO QUE NÃO INCLUÍ TRATAMENTO DENTÁRIO, POIS PERDI VÁRIOS DENTES, MUITAS CIRURGIAS, TENDO QUE IR TODA SEMANA AO DENTISTA.

(SEM LEMBRAR TAMBÉM OS ÍTENS ALIMENTAÇÃO, MORADIA, LAZER E OUTRAS CONTAS COMO IMPOSTOS, LUZ, ÁGUA, TELEFONE, ETC., ETC., ETC.. )

Caso eu tivesse que escolher os medicamentos que não consigo levantar sem eles, por demais necessários, não conseguindo substituí-lo, seriam:
. Efexor 75mg
. Gabapentina 300 mg
. Omeprazol 40 mg
. Mytedon 10 mg
. Dorflex
. Benegrip
. Osteoform 70mg
. Caldê 600mg
. Dormonid 15mg
. Rivotril 0,5mg
TERIA, ASIM, UM GASTO DE R$ 293,90

ATENÇÃO: R$ 293,00 REPRESENTA 77,11% DO SALÁRIO MÍNIMO, OU SEJA, VAI
SOBRAR APENAS R$ 87,00, sendo o salário mínimo de R$ 380,00

Esquecendo tratamento dentário (R$ 100,00/mês em média, nesses 7 últimos anos), difícilmente também se consegue uma consulta nas universidades de Santos; muito, muito difícil, hidroterapia (algumas universidades em Santos, fornecem para um número pequeno de pessoas, dentro dos horários determinados por eles,durando um período de menos de 2h/semana, tratamento psicológico (difícil, mas as pessoas conseguem, uma vez por semana, psicólogos em estágio).
A amitriptilina também é mais barata, podendo talvez substituir o Efexor 75mg.
Temos a fluoxetina, remédio de manipulação, também eficaz no tratamento de depressão (dá um "up"),
Quando ao mytedon 10mg, derivado de morfina, é um medicamento barato em relação a medicamentos como Tramal injetável, Miosan, Codeína 30mg, Oxicontin (o melhor para o auge das crises), para dores crônicas.

A SAÚDE PÚBLICA SE ENCONTRA NUM CAOS, O QUE DIFICULTA FAZER UM TRATAMENTO PARA A SÍNDROME DA FIBROMIALGIA, ONDE DEVERIA EXISTIR "GRUPO DA DOR", FACILITANDO ASSIM O TRATAMENTO.
PARA SE CONSEGUIR UMA CONSULTA, DEMORA MESES E MESES E, QUANDO ENCONTRAMOS, VEM O PROBLEMA DA MANUTENÇÃO DE MEDICAMENTOS.
O PACIENTE, DEPOIS DE CONSEGUIR RECEITA MÉDICA, QUASE SEMPRE NÃO ENCONTRA NOS AMBULATÓRIOS, FICANDO ASSIM SEM A MEDICAÇÃO CORRETA.
ESSE É UM PROBLEMA DE "ORDEM NACIONAL".
PASSEI PELO "HOSPITAL DAS CLÍNICAS, EM SÃO PAULO, GRUPO DA DOR, ONDE, MESMO SENDO UMA HORA E MEIA DE DISTÂNCIA, FICOU INVIÁVEL O TRATAMENTO, SEM CONDIÇÕES DE VIAJAR DE ÔNIBUS, METRÔ E OUTROS, CONSULTAS TODOS OS MESES, COM MENOS DE UMA HORA EM CONTATO COM MÉDICOS NEUROLOGISTAS, FISIATRAS, REUMATOLOGISTAS, PSICÓLOGOS.
TENHO ESCRITO NO MEU LIVRO "A MARATONA", TODOS OS EXAMES REALIZADOS NAS CLÍNICAS E EM SANTOS, ATRAVÉS DO CONVÊNIO MÉDICO.

PRECISAMOS URGENTE DE TRATAMENTO DE FÁCIL ACESSO NO SUS, GRUPOS DE DOR, MEDICAMENTOS GRATUÍTOS, DIAGNÓSTICOS CORRETOS, TRATAMENTOS PSICOLÓGICOS E TERAPÊUTICOS, INFORMAÇÕES PELA TV, POIS A MAIORIA NÃO TÊM COMO PESQUISAR ATRAVÉS DE INTERNET, NEM SABEM O QUE ISSO SIGNIFICA.

MESMO TENDO CONDIÇÕES FINANCEIRAS, JÁ É DIFÍCIL POR DEMAIS LIDAR COM ESSA ENFERMIDADE, ALÉM DA FADIGA CRÔNICA(coenzima Q10-50mg), DEPRESSÃO, ESTRESSE (estrestabs).
MUITOS ENFERMOS ESTÃO RECEBENDO ALTA DO INSS, SEM BENEFÍCIO, SEM NENHUMA CONDIÇÃO DE ASSUMIR SUAS ATIVIDADES LABORIAIS.

O FATO DE EU ESTAR APOSENTADA POR INVALIDEZ, TENDO CONDIÇÕES FINANCEIRAS DE CUSTEAR ESSAS ENFERMIDADES, NÃO FAZEM COM QUE EU ME OMITA DIANTE DESSE CAOS.

julho 25, 2007

"CRISES NA FIBROMIALGIA - FIBRO TEM CURA?"

Recebi alerta Google sobre fibromialgia, informações do site fibromialgia
fibromialgia.com.br e anotei alguma informações relevantes sobre o assunto.
Dra.Evelin Goldemberg (a conheci através de entrevistas em 2001) também foi citada, Dr. Eduardo S. Paiva, reumatologista e Chefe do Ambulatório de Fibromialgia do HC-UFPR, Curitiba, o responsável pelas informações abaixo citadas:
CRISE DE FIBROMIALGIA
As dores voltam, pacientes com fibromialgia, quando estão se sentindo bem, querem recuperar o tempo perdido. O médico deve ser consultado para checar a necessidade de aumento ou mudança de medicação
Relato Pessoal: realmente, quando me sinto mais disposta, me perco em inúmeras atividades, mesmo estando ciente da pouca energia. Difícil trabalhar essa necessidade de produzir, aproveitar esse tempo. Acabo ficando com dores insuportáveis, necessitando assim de dobrar medicamentos relativos a ansiedade e dores. É algo que não dá pra segurar, vontade de sair, rir, dançar, ver filmes, ficar na internet, colocar a casa em ordem, acho que tudo está uma bagunça, que só eu posso endireitar tudo que está ao meu lado. Dessa maneira, caio em crises terríveis de suportar, com o corpo reclamando, necessitando de repouso urgente. Aí já é tarde, tenho que PARAR.

A MINHA DOR É REAL OU SÓ ESTÁ NA MINHA CABEÇA?
Foram feito estudos com o líquido que banha a medula e o cérebro (liquor) e foi
visto que as substâncias que levam a sensação de dor para o cérebro estão de três para quatro em pacientes com fibromialgia, em comparação com as pessoas sem o problema.
Portanto, amigas, NÃO É PROBLEMA DE CABEÇA, É REAL

COMO ENTENDER A FIBROMIALGIA?
Tanto pacientes quanto médicos parecem entender melhor as causas de dor quando existe uma inflamação, um machucado, um tumor, que está alí, visíveis, causando a dor.
Na fibromialgia é diferente, se tirarmos um pedaço do músculo que está doendo e olharmos no microscópio, não encontraremos nada, porque o problema está somente na percepção da dor.
Relato Pessoal: em 2002, não conseguia andar, as dores aumentavam, e fiz inúmeros exames, tanto no Hospital das Clínicas em São Paulo, como em laboratórios em Santos. Cheguei a fazer biópsia do músculo da perna direita, deu negativo (foi muito doloroso). Foi nessa época que tive que fazer uso da cadeira de rodas, não conseguindo me manter de pé.

ESTATÍSTICA: De 5% dos pacientes que vão à Clínica Médica, 10 a 15% dos pacientes vão ao consultório de Reumatologia.

POR QUÊ AINDA EXISTEM MÉDICOS E AGENTES DE SAÚDE, QUE NÃO CONHECEM A FIBROMIALGIA?
Relato Pessoal: Quando tenho crises, com vômitos, diarréias e cólicas abdominais, tenho que ir ao hospital, e acabo me deparando com médicos, enfermeiros e outros que me perguntam fibro o quê? Acabam fazendo exames de sangue e urina, me colocam no soro, quando não mandam de volta para casa, totalmente debilitada e desidratada. Na última vez, fui atendida por um médico ortomolecular, Dr. Ronaldo..., que disse existir cura para a fibromialgia, com aplicações de um determinado soro, escrevendo em um pequeno pedaço de papel, preços das aplicações, tipo R$ 1.200,00 no primeiro mês, depois mais $ 2.400 nos meses seguintes, e assim por diante. Será PAPA DEFUNTO? Pior, sem CRM, dentro de hospital de renome como Beneficiência Portuguesa. Acabam dando esperanças mil para nós e familiares, que ficamos ansiosos por fazer tal tratamento. Aí, voltamos do mesmo jeito para casa, sem saber o quê fazer.

DE ONDE SURGIU A "FIBROMIALGIA"
Conhecida há mais de 100 anos, usando-se outros nomes, como FIBROSITE.
Em 1990, foram criados métodos de diagnóstico para fibromialgia. Esse termo fibrosite foi abandonado, pois "ite" significa inflamação e não existe inflamação na fibromialgia.
Classificada como "Reumatismo de partes moles", isto é, não afeta as articulações.
Fibromialgia é uma doença que NÃO afeta as articulações, e que NÃO existe o risco de deformidades ou PERDA DE MOVIMENTOS DOS MEMBROS.
NÃO EXISTE CURA PARA A FIBROMIALGIA AINDA!
TRATAMENTO? SIM:dor, insônia, exercícios, controle de ansiedade e depressão.
Relato Pessoal: No meu caso, e de outros também já relatados, houve dores insuportáveis, a tal ponto, de necessidade de aparelhos como bengala, depois andador, depois cadeira de rodas, pois até o toque das mãos das pessoas em meu corpo, provocavam as dores. Realmente, essa perda foi temporária, mas ainda tenho falta de equilíbrio, muitas dores na hora dos exercícios, ao andar, ao tomar um simples banho. No meu entender, a fibromialgia foi diagnosticada tarde demais, estava eu sem a medicação necessária para combatê-la, sem atendimento médico. Durante os quatro anos na cadeira de rodas, escrevi sobre mais de 20 sintomas que me acompanharam, numa intensidade que, comparada com os sintomas atuais, estavam na ordem de 100% e hoje posso dizer que diminuiu em 70%, com tratamento medicamentoso, ortomolecular, psicológico, hidroterapia.

COMO COMEÇOU A FIBROMIALGIA?
A fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada e crônica, que progride para envolver todo o corpo.
ATENÇÃO: "O MOTIVO PELO QUAL ALGUMAS PESSOAS DESENVOLVEM A FIBRO E OUTRAS NÃO, AINDA É DESCONHECIDO".
Relato Pessoal: Existem palavras que incomodam por demais as pessoas fibromiálgicas, como "isso é problema psicológico", "isso é trauma de infância", "isso é problema de cabeça", "isso não existe", "isso é força de vontade", "isso é personalidade fraca", "isso é chantagem psicológica".
Acredito que todos meus companheiros de dor, querem e desejam ter uma vida normal, estando nesse momento desesperados, em cima de uma cama, impossibilitados de viver como qualquer pessoa dita normal. Peço às famílias, amigos, profissionais da área, que tenham mais respeito com essa enfermidade, ainda tão pouco estudada, com milhões de mulheres sem tratamento, que nem sabem que essa existe, e outras, que sequer têm condições de comprar os medicamentos, fazer o tratamento e repouso necessários, pois também o CUSTO DA FIBROMIALGIA É ALTO, nem todos os hospitais têm grupo de dor, remédios para essas pessoas, como a simples amitriptilina, gabapentina, anti-depressivos e outros. Socorri, nesses anos, muitas mulheres com depressão, estresse e fibromialgia, tendo a receita médica e não conseguindo os medicamentos nos ambulatórios, ficando assim num estado deplorável.
Não sou médica, sou apenas uma paciente como tantas outras, portanto como ajudar essas pessoas, sendo até que a maioria delas nem sabem o que é internet?
Precisamos de mais informações, debates, entrevistas, AÇÃO DO GOVERNO E DA ÁREA MÉDICA. Por que não usar novamente a TV, informando os locais de tratamentos existentes no Brasil, colocando o Governo na parede para fazer algo? E nós fibromialgicos, como podemos ajudar quem nos procura? Não considero satisfatório informar sobre os medicamentos existentes para o tratamento, sendo que muitos não têm condições financeiras para tal. Tipo assim: o Dr. me pediu para melhorar minha alimentação, tomar muito leite, comer carne de cabrito. É ruim, heim! Esse paciente nem dinheiro para condução teve, nem seu café tomou, como vai comprar cabrito?
Desculpem o meu desabafo! É que no momento estou com muita dor, não dormi, pouco consegui comer, MAS FELIZMENTE, TENHO UM QUARTO QUENTINHO, OS COMPRIMIDOS PARA ALIVIAR, A INTERNET PARA ME COMUNICAR, AMIGOS PARA ME AJUDAR, BONS MÉDICOS DISPONÍVEIS E ISSO É UM TUDO!!!

julho 21, 2007

"GASPARETTO"


Estava eu aborrecida comigo mesma, por três mtivos: 1o. respondi um e-mail com sinceridade, transparência e indignação: 2o. minha dificuldade em dizer não; 3o. o fato de ter esquecido dos meus sonhos, desejos, projetos, da mulher que sou.

Nesse momento, Gasparetto adentrou meus quinzes metros quadrados pela TV (Encontro Marcado) e me detonou!


"Os outros te tratam como você se trata".

"Você se coloca no fim da fila?

Mude! Cuide de você, pense mais em você, estás ficando repetitiva demais! Acorda".

"Você sofre com a inveja dos outros?"

"Você não quer dizer não? Você quer sempre ser boazinha?"

"O que sua alma quer? Você está sendo desonesta com você mesma".

"A maldade está em nossa cabeça, achando que o outro está chateado de você ter dito

NÃO".

"Para os outros, tem que ser tudo lindo, e para você?

Você aceita qualquer coisa!

Você bebe num copo de geléia e guarda a taça, ou o copo de cristal para o outro.

Vai colocar agora o melhor para você todos os dias. Não é fácil? E daí?".

"Devemos muitas coisas ao modo de criação".

" Você não está se dando direito a nada, e assim caminhos se fecham todos para você".

" Se você não fala JÁ, não vai falar depois".

"Me sinto culpada por ser verdadeira, transparente, honesta?

Quantos nãos a gente gostaria de dizer? Diga pelo menos três agora, para quêm e porquê.

Esse é um compromisso que você tem com você mesma.

Deixar para trás a coitadinha, e colocar sua alma na frente".

"Eu não quero fazer da vontade de alguém, eu quero fazer a minha vontade".

"Estou te colocando contra a parede?"

"O que mais tenho que sofrer para parar?

A responsável sou eu mesma, não posso culpar os outros pelo que está acontecendo

comigo".

"O que fazer por mim mesma?

Ninguém está perdendo por você ser ou não ser feliz.

Não acabe com sua vida!"

"Não quer arriscar? (débil mental!)

Onde está a cangaceira e a mulher fortona dentro de você?

Jogue tudo pra cima, pare de chorar, de se mostrar, de ser infeliz, de chantagear.

Chantagem? Será?"

"Você quer sair? Saia na hora que quizer, tudo bem!

Você tem que dar forças à sua alma.

Você tem que se tratar?

Tudo bem! Encare, não sinta pena de você!"

"Não faça nada para que alguém tenha pena de você.

"Você tem que agradar porque você quer realmente agradar, não por obrigação, usando

assim a falsidade por achar que é um dever, deixando de ser respeitada, e assim,

como exigir respeito de alguém?"

"O amor burro destrói, acaba com a alma, fazemos coisas que a razão desconhece!




"O que é errado?

As coisas que fazemos e dá errado!

SINTA-SE PLENA, AGRADÁVEL, FELIZ!

Se você não pensar em você, ATÉ DEUS VAIS DEIXAR DE PENSAR!
A espiritualidade não consiste em seguir uma religião, mas liberar nossa cabeça de parâmetros que impedem a expressao do nosso espírito, para atingir níveis mais profundos do ser. (agosto/2006-médiun Luiz Antônio Gasparetto).

julho 20, 2007

"ESTRESSE, DEPRESSÃO? EU, HEIM!!!




PARTE I: Acho que o primeiro aviso de meu corpo, foi dando aulas em Cuiábá/Mato Grosso, em 1990 ou 1991, não tenho muita certeza.
Estava dando aulas de Bioestatística para uma das turmas do Curso de Especialização em Saúde Pública quando, de repente, comecei a ver a sala de aula girando e a visão turva (o pior era que eu não havia bebido nada).
Parecia que o quadro negro ia cair em cima de mim.
Me segurei no porta-giz e tentei disfarçar pra ninguém notar (parece até música de Roberto Carlos). Mas que nada! Senti que estava perdendo os sentidos e, quando dei por mim, estava sentada com uma porção de rostinhos me olhando.
Aí, pensei: - Estou bem assistida, pois não tenho como passar para outro plano por falta de atendimento médico.
Os alunos então me bombardearam com perguntas mil: - Você já sentiu isso antes? Há quanto tempo? Já foi no médico? Estás tomando algum medicamento?
Quanto tempo faz que você não vai ao médico? Blá, blá, blá...
Respondi que não era a primeira vez, que não era nada e logo passava, que provavelmente era efeito VARIG ou Vasp, e que pobre tem mais que andar de pé dois ou de lotação.
Me levantei numa boa e voltei para o quadro, como se não tivesse acontecido absolutamente nada.
Queriam que queriam que eu parasse a aula. É ruim, heim!
Eu, Maria Cristina, parar? Nem pensar!
Dar aulas para mim era o meu melhor remédio (tenho muitas saudades e estou sofrendo muito por não poder exercer minhas atividades).
Mas não consegui convencê-los. No dia seguinte recebi telefonemas mil e um dos alunos avisou que minha consulta estava marcada, para aquele mesmo dia, na melhor Clínica e com o melhor dos médicos. Eles estavam suspeitando de labirintite (Gente! Eu nem sabia o que era isso!).
Nesse momento lembrei de uma vizinha minha, Dona Mabilde, que vivia caindo pela casa, na rua, e parecia ter essal tal labirintite.
Aí falei comigo mesma: - Porra, esses médicos estão viajando; acho que estou precisando mesmo é de uma amarelinha bem geladinha.
Realmente, eu não tinha o costume de andar com remédios e também, desde minhas últimas cirurgias (o que não foi nada fácil) tinha tirado férias dos doutores e de quaisquer medicamentos e exames.

Paradinha: Em janeiro de 1987 fiz uma cirurgia para amputar o cólon do útero, retirar as trompas, cistos em um dos ovários e também o perínio.
Tive muitas hemorragias durante um ano e meio.
Foi quando passei pela segunda cirurgia, em julho de 1988, para retirar o útero (essa é uma das histórias hilárias e preconceituosas de meu livro Meus Casos).

A consulta era na parte da tarde e esperei bastante tempo para ser atendida e, acima de tudo, estava preocupada se ia ou não dar tempo de chegar no horário para a aula.
Enquando esperava, li tantas revistas e falei com tanta gente, que fiquei extremamente esgotada e afônica.
O médico que me atendeu era muito atencioso e, sabendo que eu era de Santos/Estado de São Paulo, fez todo o possível para descobrir a tal enfermidade que me deixou fora do ar.
Expliquei para ele, tentando ser objetiva (o que pra mim é totalmente impossível), que toda vez que viajava de avião (tipo quatro vezes ao mês), eu ficava surda, sem voz, e que precisava sempre de algumas horas em repouso para voltar ao meu normal.
Perguntou sobre o meu dia a dia e ficou impressionado com o volume de tarefas que eu realizava diariamente. Não conseguiu deixar de dizer que minha vida era por demais anormal.
Durante o exame físico verificou que minha tireóide estava aumentada e perguntou se alguma vez eu tinha feito exame T1, T2, T3, etc. (me pareceu mais com um teorema).
Respondi então que meu pai tinha quase morrido por causa dessa tireóide, numa cirurgia.
Em seguida, me colocaram numa cadeira, giraram, giraram, giraram e, quando a cadeira parou me senti uma mulher bala disparada por um canhão, totalmente perdida o tempo e espaço.
Após isso, entrei em uma cabine para fazer o exame de audição (alguma coisa parecida).
Quando retornei à sala do doutor, ele já tinha alguma coisa a me dizer.
Constatou que os meus sintomas pareciam indicar mesmo a tal labirintite, que minha audição tinha sido alterada num dos ouvidos (falo muito alto) e que, para fechar o diagnóstico, eu precisaria fazer vários exames.
Mesmo sem os resultados dos exames, ele adiantou que eu teria que diminuir minhas atividades (Gente! Achei melhor nem responder!).
Naquela época fiz todos os exames em Santos e enviei os resultados por sedex, conforme tínhamos combinado.
Depois de alguns dias recebi uma carta e também um telefonema do médico.
DIAGNÓSTICO: exames todos normais, sintomas de labirintite PROVOCADOS POR ESTRESSE.
Me passou um tratamento e uma série de medicamentos necessários para mais ou menos 50 (cinquenta) dias, sendo que era imprescindível que eu diminuísse minhas atividades.
Foi a primeira vez que ouvi realmente a palavra ESTRESSE.
Pensava que era doença de madame e achei até "chique no úrtimo".
Agora imaginem a Maria Cristina diminuindo as atividades. Nem em sonho!!!
Tomei os remédios direitinho e continuei minha vida sem me preocupar com o tal estresse.
Depois disso, tive várias ausências, principalmente quando viajava de avião.
Uma das vezes, desmaiei no ônibus que leva os passageiros do avião para o desembarque do aeroporto. Foi cômico demais!
Trazia comigo uma bolsinha onde continha novelos de lã do tipo azul bebê, e também uma mantinha de tricô inacabada, que rolou pelo chão, espalhando tudo. Pra quê!
Quando voltei ao normal, todos em volta tiraram a conclusão de que eu estava grávida e aí, fui tratada como tal.
Fiquei assustada, é claro. E muito mais quando os funcionários do aeroporto me tiraram do ônibus e me colocaram numa cadeira de rodas.
Não deixaram nem que eu pegasse minha bagagem e, quando dei por mim, estava sendo atendida por um médico.
Isso é pra quem pode. Não é brinquedo não!!!
Bem diferente das filas do SUS. Achei o máximo.
Foi aí então que enchi meus pulmões e expliquei toda pomposa: - Sabe, doutor, eu tenho estresse e labirintite.
Depois me levaram para uma sala VIP, onde me colocaram num belo e confortável sofá (isso não nos pertence mais!), tiraram minhas botas, me deram um suco e pediram que eu repousasse antes de pegar o ônibus para Santos.
Oh, meu Pai! Foi irado! Fui gestante por algumas horas, não precisei carregar peso (ainda bem, pois sou daquelas pessoas que quando viajam levam o guarda-roupas inteiro, fitas, CDs, livros, etc., etc., etc.) e fui tratada como uma estrela da TV. Foi bárbaro.
Eu só não sabia do perigo pelo qual estava passando (bola fora).
Hoje, se eu tivesse oportunidade, gritaria ao mundo pedindo que "PARASSEM" e que pensassem sobre o perigo de uma vida anormal, do trabalho excessivo, das consequências cruéis.

Posso falar sobre isso com autoridade, pois sou sócia de carteirinha e tudo do tal ESTRESSE


Paradinha: Estou lembrando agora que, quem me fez a primeira cirurgia foi um médico que ajudou muito meus avós maternos, quando não tínhamos, muitas vezes, nem dinheiro para a condução - Dra. João Batista.
Ele pediu a meu marido Walter que cuidasse de mim com extremo cuidado e carinho, pois eu já tinha sofrido muito quando menina e adolescente, e que eu estava muito sensível e cansada. Eu mesma percebia a preocupação dele, mas lógico que pensei em algo bem mais sério: Será que estou
com "aquela doença"?


PARTE II: Continuei trabalhando no mesmo ritmo. Após o tratamento da labirintite, não quis saber de mais nenhum comprimido e bola pra frente.

Depois daquele ano (1991), minha casa entrou em reforma.Foi assim uma LOUCURA!.

Administrar a casa, com todos aqueles pedreiros, caminhões chegando para descarregar areia, cimento, ladrilhos, etc., barulho infernal de picareta quebrando tudo, o barulho e pó daquela máquina de cortar os ladrilhos e mármore, dia após dia, durante um longo tempo, ufa! Não foi nada fácil.

Continuei ministrando aulas fora e também aulas particulares, com todo aquele barulho e movimento.

Teve uma época em que a sala, a cozinha e o escritório ficaram funcionando juntos na casa dos fundos.

O movimento era geral, pois além de nós, que já éramos nove, ainda tinha meus agregados e meus alunos particulares, que entravam e saíam de hora em hora.

Na copa do mundo, em 1994, o quintal estava todo quebrado, em reforma.

Mas, mesmo assim, os churrasquinhos no domingo eram sagrados.

Foi por demais complicado também cuidar de meus velhinhos, pois eles tinham problemas para se locomover. Tio Leopoldo usava cadeira de rodas e Tia Irene tinha mal de parkinson.

O trabalho com eles e as crianças dobrou principalmente na hora do banho, das refeições, movimentar a cadeira de rodas, fazer os curativos e dar aulas com toda a família ao lado.

Lembro também que no final de 1994, por não ter mais horários disponíveis, dava aulas de Matemática e Estatística para pequenos grupos (3) de alunos.

E as minhas aulas de piano, então! Era um dos meus sonhos que foi realizado, pois esperei por ele mais de 32 (trinta e dois) anos. Walter me deu esse presentão lindo!

Consegui fazer 3 (três) anos em um e, em janeiro de 1995 ganhei um piano usado, mas lindo, lindo, lindo! (presente de Waltão).

A minha vida continuou sendo agitadíssima, compromissos mil, sem horários definidos para trabalhar, descansar, comer, dormir, me divertir, etc., e sem "férias" ou "feriados".

Eu era a SUPER MULHER, A MULHER MARAVILHA, que não podia parar!

"NÃO, NÃO POSSO PARAR! SE EU PARO, PENSO, E SE EU PENSO, CHORO".


PARTE III: Em 1995 assumi mais aulas, mas em Cubatão/SP, todas as quintas feiras à noite (tinha que sair de casa às 17:00 horas) e aos sábados, o dia todo.

Para conseguir essas aulas, passei por uma entrevista com a Diretora, Supervisora, alguns mestres e outros.

Quando entrei na sala para ser entrevistada, fui colocada em evidência bem no centro, com todos me bombardeando de perguntas sobre didática, matemática financeira, estatística. Pensei que ia ficar nervosa mas, como era meu assunto preferido, adorei: dei uma "Super Aula", foi muito bom.

Fui escolhida no mesmo dia entre todos os outros candidatos e fiquei super feliz de trabalhar em um Curso Técnico - Escola Técnica Federal - Unidade em Cubatão/SP.

Adorei a escola e os alunos, mas ficou muito cansativo e sacrificado para mim.

Também fui convidada para dar aulas no Cursinho Anglo para Vestibulares.

Nesse mesmo ano Tio Leopoldo quase morreu e tive que ficar internado.

Lembro que durante alguns dias, além de todas as atividades, ainda dormia com eu vellhinho no hospital.

Quando ele teve alta, tive o maior trabalho para consertar os estragos consequentes dessa internação: as feridas da perna, intestino, enfim, ele piorou em tudo.

A partir desta internação, ele não ficava mais em pé. Gente! O caldo engrossou de vez!

Era cadeira de banho, de rodas, sacos e sacos de curativos, uripen, comida na boca, lavagem intestinal com flat enema, meu Pai, foi um pré-suicídio.

Sempre pude contar com minha mãe Naná e com minha secretária e amiga Irene, mas mesmo assim era uma super carga.

Aconteceu então o INEVITÁVEL: Levei um tombo e tanto. Caí sem pára-quedas.

Posso dizer que me dói muito falar sobre isso.

É lógico que muitos dos problemas pelo qual eu estava passando não tinham saída, mas tenho que admitir que passei dos limites totalmente: abusei e desrespeitei totalmente o meu corpo, me cobrei demais.

Em agosto/1995, num dia de sábado, estava dando aulas em Cubatão, dia em que passava o dia todo na escola.

Tinha a hora do almoço e uma "janela" (horário sem aula) que somava duas horas de repouso, antes das aulas da tarde.

Naquele dia eu estava extremamente estafada e muito triste, com o humor bem pra baixo.

Como a falta de humor não era uma característica minha, senti que algo de estranho estava acontecendo.

Me recordo que, na minha hora de descanço, não tomei meu chimarrão, não comi, a cabeça doía e sentí uma necessidade enorme de ficar sozinha (outra característica que não tem nada a ver comigo).

Saí da sala dos professores, fugi dos alunos e fui andar por perto da escola, num desânimo e tristeza sem igual! As dores de cabeça aumentaram junto com náuseas, me senti totalmente fora do ar (escrever sobre isso está me doendo muito; é como se estivessem me atingindo com um punhal no coração).

Voltei para a escola depois de andar e fumar demais, mas eu não sabia nem o que queria, o que fazer, em que pensar, me senti num labirinto sem luz e sem saída.

Ainda tinha que dar mais 4 (quatro) horas/aula e minha carona para voltar para Santos estava garantida.

Peguei o meu material e entrei na sala de aula, sabendo que estava acontecendo algo estranho.

Quando comecei a dar a aula, a sala começou a girar, vontade de vomitar, fraqueza e sensação de desmaio. Ficou tudo escuro. Os alunos perceberam e me ampararam rapidamente.

Quando dei por mim, estava com a médica da escola que, graças a Deus, estava presente naquele dia.

Tirou minha pressão, a qual estava normal. Mas, ao verificar os batimentos cardíacos constatou que algo estava errado. Me proibiu de continuar as aulas naquele dia e pediu que eu fosse a um Cardiologista com urgência. Gente! Confesso que SURTEI!

Queria esconder da família, mas era totalmente impossível, pois os sintomas se agravaram.

Walter ficou assustado e atordoado. Acabou espalhando para tudo quanto era aluno, colegas de trabalho e família que eu estava com problemas cardíacos.

Oh, meu Pai! Me levou urgente no Dr. Villarinho, um cardiologista muito amigo nosso e bem conceituado na região.

Na consulta, foi confirmado: estava com arritmia, ou seja, com as batidas do coração totalmente fora do rítmo. Tive que parar de fumar abruptamente. Mas o pior estava por vir.

Meu corpo não respondia aos comandos de meu cérebro.

Tinha que correr a toda hora, para sentar ou me deitar, não conseguia ficar de pé, tudo girava a minha volta.

RESULTADO: caí na cama com tudo, apavorada, preocupada com as minhas atividades mil, com os velhinhos, meus filhos, marido, agregados, bichos, teretetê, teretetê, teretetê...

Lembro que quando dei por mim, estava com um DR. ENORME de frente para mim, o qual tinha adentrado meu quarto.

Quando ele disse que era um PSIQUIATRA, o medo, a ira, o PRECONCEITO, tudo veio ao mesmo tempo.

Era o Dr. Fábio Oliviere! Perguntou o que eu estava sentindo.

É claro e evidente que contei sobre os meus sintomas mas, de maneira alguma, admiti que estava doente. Não! Para mim era só um mal estar.

O que aquele cara estava fazendo no meu quarto? Eu não estou louca!!!

Fiquei magoada e contrariada em último grau.

De repente ele começou a me explicar, com todo o carinho e paciência, que eu estava com estresse e que, aquela impotência para realizar as tarefas tinha provocado a depressão.

Fala sério! Aquela cara é que estava doido, gente! Jamais a Maria Cristina teria depressão. Como o Faustão diz, porra meu! Ô LOUCOOOOO! Isso é coida de madame!!!

Me receitou uma porrada de remédios faixa preta com frontal, tripytanol, dormonid, oucadil, estrestabs, carbolítio e outros, mais o "Atlancil" para o coração, medicamento este receitado pelo Dr. Villarinho (cardiologista).

Naquela mesma noite, depois do médico, adentrou o meu quarto o nosso amigo Psicólogo Dr. Arlindo Salgueiro.

Ficou explicando a situação toda e minha cabeça parecia que ia estourar.

Quando tomei os primeiros comprimidos, foi como uma DINAMITE no corpo: ME APAGOU...

É RUIM, HEIM! QUEM DIRIA...

NÃO CONSEGUIA, DE MANEIRA ALGUMA, ACEITAR TODA AQUELA SITUAÇÃO!

POSSO DIZER QUE ME PEGOU DE SURPRESA E QUE ME ABALOU POR DEMAIS, DEMAIS!!!


Capítulo V de meu livro, escrito em: 24/08/2002 às 8:45hs, 10/09/2002 às 10:20hs, 11/09/2002 às 10:30hs, 15/09/2002 às 15:10hs, 17/09/2002 às 15:00hs, 18/09/2002 às 10:40hs, 08/02/2003 às 2:40hs, e HOJE, DIA 27/07/2007 , terminando às 18:29hs.

julho 16, 2007

"A FESTA ROLANDO NO MEUS QUINZE METROS QUADRADOS"



"QUANDO FIZ 50 ANOS" e a festa rolou...



"MINHAS FISIOTERAPEUTAS DA HIDROTERAPIA E EU NO MEIO DELAS"

"MOMENTO"

O barulho das ondas batendo, e a chama dentro da gente crescendo
O sentimento envolvendo o momento, e a noite se abrindo para um novo tempo

Esse tempo que passa correndo, deixando na gente a saudade de um momento
Que se foi, se perdeu, mas que continua,
sempre vivo,intenso, imenso

Esse momento...

Dentro da gente, ele nasce e vive,
Dentro da gente, não morre sobrevive

E a saudade sempre batendo na gente,
nos levando para um mundo diferente,
onde o carinho é todo amor,
onde o sonho
de um sonhador é a esperança,
a esperança de um dia,
sermos um, e sermos dois


Letra de uma música minha composta mais ou menos em 1975, de madrugada, observando o mar lindo de Santos/SP, com o dia amanhecendo...

julho 14, 2007

"PERFIL DA CRIS"


PARA LER ESSE CAPÍTULO, LEIA AS SEGUINTES INSTRUÇÕES:

INDICAÇÃO: Esse capítulo é indicado para pessoas polivalentes, perfeccionistas, estressadas, maníacas, ilimitadas e cheias de amor para dar (menos para si mesmas):

CONTRA INDICAÇÃO: Esse capítulo não é indicado para pessoas normais, calmas, equilibradas:

REAÇÕES ADVERSAS: Esse capítulo pode provocar estresse em último grau, depressão, mudanças de humor, acesso de raiva e vontade de rasgar o livro. Por isso, leia tendo ao seu lado antidepressivos, tranquilizantes ou umas latinhas de cerveja, drinks, como preferir.


Tenho a impressão que este será um dos capítulos mais difíceis, pois é líquido e certo que ficarei tão brava comigo mesma que, se eu olhar no espelho, pego minha bengala e acabo comigo mesma. Estou escrevendo até com a minha caneta tinteiro, pois se escrever com a esferográfica, sai de baixo!!! (Vou comer todas as letras, palavras, vírgulas, etc.).

Quando me sento para digitar no computador é um problema, pois brigo demais com ele por não ter me acompanhado (tenho que por a culpa em alguém).

É lógico que eu gosto muito de mim, mas, depois de tudo que aconteceu, tenho lá as minhas dúvidas. Deveria ter pedido à minha psicóloga que tratasse desse assunto em meu lugar.

Mas quem sabe eu me vendo fica mais claro para mim onde, o que e quanto devo mudar (acho que não tenho mais tempo para tanto). Não quero dizer com isto que eu não goste de mim; é que no momento tenho que dar a mão (ou o corpo todo) à palmatória.

Tem sido um esforço bastante dolorido, quase que impossível, admitir que eu era e que, ainda hoje, não sou normal...

Diria que a MARIA CRISTINA É, FOI E TALVEZ SERÁ POR DEMAIS "ILIMITADA".

Acho que esse "ilimitada" arrasou com a Cris.

Mesmo estando numa cama a mais de 500 dias (nessa última recaída), continuo me cobrando e pensando mais na família, nos amigos e no mundo do que em mim mesma.

Aonde já se viu uma mãe, dona de casa, professora, filha, amiga dos menos favorecidos estar numa cama? Isso é inaceitável!

Tenho sofrido demais, demais, demais da conta!

Jamais a Maria Cristina iria tomar café da manhã na cama, pois isso seria um absurdo. Ela jamais se permitiria a isso; com certeza consideraria um luxo e não um prazer. Prazer para ela era servir e jamais ser servida.

Não bastava fazer um almoço tipo arroz, feijão, bife e salada. Não! Tinha que ser perfeito, com vários tipos de pratos, sucos e ainda a sobremesa.

A mesa tinha que estar com a toalha sem manchinha alguma, como os pratos, copos e talheres brilhando.

Ah! E as crianças então! A sorte é que quinze dias antes de nascer meu primogênito Henrique, eu já contava com a ajuda da amiga sempre fiel alagoana Irene e também de minha super, super maravilhosa "MÃE", as quais acabavam fazendo parte de minhas neuroses.

Conseguia realizar várias tarefas ao mesmo tempo, e tudo tinha que ser perfeito. Por mais de quinze anos, minha família era Walter (meu marido), Henrique, Gabriel, Samuel (meus filhos), Tia Irene e Tio Leopoldo (dois irmãos solteiros, velhinhos e tios de Walter), a secretária fiel Irene, os agregados diversos e minha mãe, sempre presente, Naná e, não esquecendo também dos cachorros, gatos, ramisters, peixinhos, tartarugas, passarinhos e outros.

Preparava aulas e estudava meus teoremas, cozinhava, lavava roupas, educava as crianças, fazia almoço, atendia telefonemas, tudo ao mesmo tempo. Já acorda com música bem alta, tanto, que os vizinhos do prédio ao lado faziam pedidos para tocar suas músicas preferidas como se eu fosse também uma emissora de rádio.

Ah! E os meus protegidos, então! Várias vezes Walter chegava em casa e encontrava filhos a mais espalhados pela casa. Fiquei com toda a herança de minha sogra, que nada mais era que várias pessoas excluídas e esquecidas pela sociedade, doentes e necessitados.

Não consigo me esquecer que, em plena Lua de Mel, abrigamos uma mulher da vida (que tinha apanhado com uma garrafa quebrada e que tinha sido dopada), e também uma moça esquizofrênica que estava perdida da família.

Ainda hoje tenho contato com ma delas. As pessoas perguntavam: - Você não tem medo que elas façam algum mal a vocês?

E eu respondia: - Sinceramente, não tive tempo de pensar nisso.

Os meus filhos nunca dormiam sozinhos, mas é lógico que a culpa era minha.

Tocava violão, cantava minhas músicas (também sou compositora!) e contava estórias até que os três se cansassem e dormissem. Aí, quando eu queria sair com meu marido ou trabalhar, sobrava para minha mãe, Irene e Tia Irene e eu, achava a coisa mais normal e bonita do mundo.

Nunca usei uma fralda descartável. As que eu ganhava de presente, usava nos meus "agregados" como "curativos" para drenar feridas, nos cortes de cirurgias, câncer, etc..

Não tinha tempo de me olhar no espelho. Cabelos amarrados (rabo de burro), sem maquiagem, sem vaidade nenhuma.

Todos os dias de minha vida, desde que me lembro por gente, foram extremamente preenchidos, não esquecendo também das noites mal dormidas. Nunca tive um horário regular para dormir e acordar.

Nunca consegui assistir à TV de mãos paradas: tinha sempre um trabalho manual como crochê, bordado, tricô, costura, etc., etc., etc..

Quando saía para dar aulas, nunca me permiti dar aulas normais, devagar.

Não, de maneira alguma, pois achava que, sendo Professora de uma disciplina exata (Matemática) e sabendo que 80% dos alunos tinham medo, pânico e raiva da matéria, eu tinha que me doar ao máximo, tornando as aulas compreensíveis, alegres, divertidas, inteligentes e, quando um aluno ficava com dúvidas achava sempre que o problema ou falha era minha.

Tive oportunidade de viajar pelo Brasil dando aulas de Estatísticas de Saúde, em Cursos de Especialização.

Foi quando entrei em crise existencial, quando a ficha, ou melhor, o cartão, começou a cair.

Não aproveitei para mim nem 5% desse tempo. Tive várias crises de choro.

Não conseguia me definir, me encontrar. Nunca tinha tido, até então, a oportunidade de ficar sozinha. Comecei a enxergar as coisas que estavam erradas em minha vida e não aceitava, de maneira alguma, tentar mudar a situação; achava que não era correto.

Tomar um banho de mar, almoçar num bom restaurante, tomar cerveja, comer um bom peixe, deslizar sobre as dunas em Natal, tudo para mim não estava completo, pois minha família não estava usufruindo junto comigo.

Meu Pai! Me sentia uma pecadora e tanto! Não admitia de forma alguma que a Cris tivesse tempo para ela mesma, ou seja, que ficasse somente com sua própria companhia.

Foi nessa época que comecei a me conhecer, a sonhar mais, a ter desejos e sentir a Maria Cristina à flor da pele. Gente! Foi extremamente complicado e dolorido para mim. Fiquei demais dividida. Mas o mais interessante é que me sentia, apesar das descobertas, uma pessoa feliz, com amor transbordando e, cada vez que saía de casa, parecia que o coração ia explodir de saudades e, quando voltava, me sentia culpada por ter estado fora.

Meu Deus! Me achava na obrigação de fazer tudo para compensar a minha ausência e assim, o estresse foi ganhando espaço, crescendo à toda velocidade.

Sempre fui ilimitada para tudo. Quando íamos a um baile ou a uma festa, eu era a última a chegar e também a última a me retirar (saia sempre com os garçons ou quando sobravam somente os donos da casa).

Quando a festa era em minha casa, também era anormal. Geralmente começava ao meio dia e durava até as duas da madrugada, regada com muita música, dança, alegria, piadas...

Apesar da minha vida ter sido muito movimentada, tenho saudades, saudades, saudades...

Sei que é difícil para vocês acreditarem e entenderem.

Trabalhei, me diverti e amei imensamente. Fazia sempre das tragédias uma comédia.

Muitas vezes dizia que cuidar dos meus velhos, ter um tanque cheio de roupas para lavar, me divertir, cuidar dos doentes, dançar, cantar era tão agradável quanto fazer amor.

Amei intensamente cada momento de minha vida, apesar de saber hoje o quanto me custou.

O que me conforta hoje, mesmo estando acamada, é que ao olhar para trás posso perceber quantas coisas eu já fiz. Tenho a impressão de já ter vivido mais de oitenta anos.

De qualquer maneira, tenho saudades da Maria Cristina. E como!

Hoje minha vida está limitada, dependo da família para quase tudo.

Vejo o sol na janela e não tenho forças para sentir seu calor.

Cada atividade que faço tenho como sobremesa "A DOR".

O que me conforta tem sido o resultado das sementes que plantei.

Não tenho como me arrepender, fica muito difícil.

A única coisa que posso tentar fazer daqui para diante é me amar mais.

Todos sofrem por eu estar nessa situação a tanto tempo, mas costumo dizer que Deus provavelmente está me poupando e me sinto cada vez mais pertinho Dele. Não sei se TEREI TEMPO DE TER UMA VIDA NORMAL.

Sou idealista demais e também vivo tentando consertar o mundo e sofro intensamente.

Outra característica minha é que não me perdôo por nada que tenha feito de errado. Me cobro demais e não admito meus erros. Sempre encontro descupas para os erros dos outros, menos para os meus. É dose!

Recebí vários apelidos devido as minhas atividades como Madre Teresa de Calcutá, Santa Terezinha, flecha ligeira, pilhas duracel, pilhas amarelinhas, Mãe Leonarda (novela Guerra dos Sexos), professora porra louca. Muitas vezes, tanto os alunos como os amigos gritavam: - "DESLIGA ESSA MULHER DA TOMADA!"

De qualquer maneira, valeu a pena, com certeza. Tudo na vida não deixa de ser um aprendizado.Mas será que valeu mesmo? Será? Acho melhor deixar para vocês a árdua tarefa de analisar. ACEITO SUGESTÕES


"NA CAMA COM CRIS"


E.T.: Por incrível que pareça, quando terminei este capítulo, passei muito mal, fadiga, cansaço, sensação de desmaio, fraqueza, cólicas...

Gente, não consegui fazer mais atividade nenhuma...ufa!!!


Esse capítulo foi escrito em: 23/08/2002 às 9:00hs, 13/09/2002 às 11:30hs, 15/09/2002 às 12:30hs E HOJE, 14/07/2007 ÀS 16:59HS


COMO ESTOU HOJE?

Em tratamento, com ressaca fibromiálgica, fadiga, dores terríveis, tomando diversos medicamentos, tendo duas horas/diárias de energia, fazendo hidroterapia, administrando meu lar, recebendo e fazendo amigos, enfim, ESTOU VIVENDO! Na cama? E daí!


julho 06, 2007

"QUANTAS..."


Quantas noites sem dormir

Quantas horas eu perdi

Quantas vezes me omiti

Quantas injustiças eu engoli

Quantas mães eu vi sorrir

Quantas palavras eu aprendi

Quantas mágoas eu guardei

Quantas dores eu já senti

Quantas perguntas respondi

Quantas coisas eu já fiz

Quantas lágrimas enxuguei

Quantas gargalhadas pude dar

Quantas músicas escrevi

Quantas viagens quiz fazer

Quantas pessoas conheci

Quantas bandeiras levantei

Quantas vidas vi passar

Quantas flores já colhi

Quantas pedras retirei

Quantas vezes retribuí

Quantas vezes agradeci

Quantas sementes eu plantei

Quantas raízes eu arranquei

Quantas lutas eu travei

Quantas graças eu recebi

Quantas vidas vou viver

Quantas vezes vou morrer

Quantas estrelas vi brilhar

Quantas frutascomi

Quantas árvores conheci

Quantas amizades vi partir

Quantas festas não pude ir

Quantas novenas eu rezei

Quantas tristezas eu passei

Quantas oportunidades agarrei

Quantos quilômetros eu voei

Quantas leituras devorei

Quantas drogastomei

Quantas esperanças de viver

Quantas energias eu doei

Quantas vezes em parí

Quantas vezes fui feliz.


(escrita nessa noite de insônia, 2:30 horas do dia 06 de julho de 2007)