junho 30, 2007

"FLUTUANDO NO PARAÍSO"

CAPÍTULO I
Quando acordei, não entendi muito bem o que estava acontecendo.
Era tanta luz e tanta claridade em meu quarto que eu estranhei, e o mais incrível: os meus olhos estavam bem abertos e eu não estava sonhando.
Demorei para perceber que aquela luz nada mais era que a "Luz do Sol" e que, depois de tanto tempo, despertei e abri meus olhos sem sentir dor.
A sensação foi demais. Eu realmente estava deitada na minha cama, que fica de frente para a janela e ela estava aberta.
Minha cabeça também não estava doendo e, para me certificar, dei uns tapinhas nela.
Meu Pai! Será que passei para outro plano sem dar nem uma paradinha no purgatório?
Quem sou? Onde estou? O que está acontecendo?
Foi demais! Walter trouxe meu café da manhã e eu ainda estava em ALFA.
Consegui segurar a xícara e não precisei de ajuda.
Quando dei por mim, tinha comido todo o pão, SEM DOR NA BOCA E NOS DENTES!
Falei, comi, movimentei os braços, segurei a colher, coloquei açúcar no café, mas ainda na posição horizontal.
Mesmo assim, foi demais e indescritível.
As dores na cabeça, nos olhos, na boca e nos dentes sempre foram as piores, de ENLOUQUECER!
Aproveitei o máximo aquele momento: queria gritar para o mundo todo me ouvir e poder dizer o que eu estava sentindo.
Gente! Foi mil, muito mais que demais, foi sensacional!
Era Sábado. Tomei banho (sentada), lavei os cabeça, consegui pentear os cabelos e foi muito bom não sentir dor em cada fio, poder sentir o pente deslizando sem me machucar.
Mais extraordinário foi quando ESCOVEI OS DENTES.
Vocês não fazem idéia de como foi bom: escovei os dentes SEM DOR.
Já não me lembrava mais da sensação de frescor na boca, somente dores, dores, dores.
Vários dentes foram afetados durante a doença: dentes abertos e dentes com curativos mil, esperando uma pausa nas crises para serem tratados.
Estava e ainda estou INCAPACITADA para fazer o tratamento dentário adequadamente, o qual só será possível a longo prazo.
Tenho um complexo enorme por estar sem tratar os dentes e acho que todo mundo está reparando e olhando para minha boca.
Mas minha felicidade nesse dia foi ímpar.
Essas pequenas coisas que fazemos automaticamente, sem nem sentir que foi feito, foi para mim, naquele momento, como estar voando; cada gesto com as mãos era fascinante.
Me dei conta das mil coisas que fazemos mecanicamente, sem perceber, e que temos que agradecer muitíssimo a Deus.
A sensação antes era de estar numa tempestade, amarrada, sem saída e sem nenhuma perspectiva para a hora seguinte e, de repente, me senti livre, leve como a pluma, curtindo cada movimento e cada gesto, com os neurônios acesos, dando ordens para o meu corpo.
Mas é lógico que não existia nenhuma mágica que resolvesse todos os problemas; que tirasse todas as minhas dores e sintomas desagradáveis e sérios.
Parece pouco e vocês devem estar pensando que fiquei maluca e posso até entender.
Vocês teriam que estar no meu lugar, e isso é algo que não desejo nem para uma formiguinha.
O mais gostoso foi no dia seguinte (Domingo). Gente! Foi um flasch e tanto.
Consegui sair de casa e ir até o Boqueirão (um calçadão a poucos metros da praia), levando a minha Mitsubishi (cadeira de rodas) e com direito de levar até meu guarda-costas que nada mais é que meu grande amigo animal: meu cachorro Mickey ou Miquinho (um poodle).
Encontrei minha mãe e aterrizamos no Praia (restaurante).
Ela ficou por demais feliz e toda eufórica. Recebi beijos mil, elogios, palavras positivas e animadoras das amigas de minha mãe e de todos conhecidos que encontrei.
Também consegui, depois de mais de um ano, passar baton e me maquiar.
Pintei meus olhos verdes e não esqueci nem da purpurina. Todos me acharam linda e eu achei melhor acreditar.
É lógico que meu corpo inteiro doía e, mesmo estando motorizada, não tinha como não sentir as pernas gelando, a barriga inchando, o ânus doendo, cãibras, visão turva e outras coisas mais.
Mas naquele momento o que me importava era poder sentir a brisa do mar, o vento, o movimento das ruas, dar risadas, sorrir, jogar conversa fora e poder contar pra todo mundo a minha alegria.
Minha mãe ficou emocionada mas, ao mesmo tempo, triste por eu estar numa cadeira de rodas (acredito que tenha sido bastante difícil para ela).
Tentei ajeitar a situação esclarecendo, mais uma vez, que eu estava mais confortável na cadeira de rodas do que sendo carregada, aumentando minha fadiga e as dores, e pedi a ela que enxergasse como algo provisório, temporário (provavelmente não deve ter adiantado muito).
Um senhor, conhecido nosso, veio me cumprimentar e acabou, sem querer, me dando um "selinho" na boca, o que eu pano pra manga.
Meu marido ficou roxo de ciúmes e o pior é que eu estava tão fora do tempo e espaço, que nem percebi (foi fora).
Depois de um tempinho no restaurante, fomos para o jardim da praia (eu, Walter, minha norinha Evelyn, meu primogênito Henrique e o Mickinho, é claro) e foi uma briga e tanto, pois todos queriam empurrar a cadeira.
Na hora de atravessarmos a rua então, foi um SHOW: a cadeira empacava, dava trancos e mesmo com dor eu tive vários acessos de riso (bom demais da conta).
Paramos num dos quiosques do CPE - Centro de Paquera do Embaré, para comer sanduíche.
Mickinho estava se achando, pois andava um pouco no chão e depois subia no meu colo.
Foi divertido demais, pois ele fazia pose para os outros cachorros e para as pessoas como quem diz: eu estou motorizado e vocês não. Gente! Fala sário!
Eu não sabia a quanto tempo não fazia isso; minha vida antes era por demais agitada (tinha esquecido de mim) e, depois, vieram as dores e enfermidades mil.
Não deixei por menos: pedi coca-cola e dois sandubas de uma vez só (dois x-bacon enormes).
COMI SEM DORES NA BOCA!
Estávamos todos muito felizes e a briga continuou: quem vai dirigir meu fonfon? Nunca imaginei que isso fosse acontecer, pois além da cadeira eu perdi até parafusos (da cadeira, é lógico).
Mas, than than than than ...
O piquenique foi bom, mas a volta é que foi ruim.
Estava com o corpo já todo dolorido, travado, gelada, com tonturas e foi muito sacrifício para sair da cadeira e entrar no carro. Não é brincadeira, não!
Quando deitei na cama arecia que tinha deitado sobre plumas. Meu rosto queimava como seu tivesse apanhado sol demais da conta.
A FADIGA e o CANSAÇO subiu a mil.
Para vocês entenderem, foi como se eu tivesse voltado de uma churrascada, comido e bebido todas, ou seja, como se eu fosse uma alcóolatra em potencial.
Mas, para mim, tudo tinha sido maravilhoso, um dia especial.
Para amenizar os sintomas, tive que tomar um comprimido de TRAMAL (morfina leve) de 100mg, além do meu coquetel de remédios diários (21 comprimidos).
Esse dia feliz dedico às DOUTORAS Mônica e Roseni, as quais eu não procurei antes por causa da maledicência de pessoas da mesma área, e ao meu Pai, DEUS E JESUS CRISTO.
Mais pra frente, vou relatar melhor o que acabei de dizer.
No momento, o que importa é que elas foram extremamente competentes e cuidadosas e, além disso, conseguiram um resultado maravilhoso após duas consultas domiciliar (28 e 31 de maio de 2002).
Não são "ESTRELAS" que aparecem em entrevistas na TV, mas para mim foram ANJINHOS QUE DEUS ENCAMINHOU para cuidar de mim.
Usaram muito bem seus TALENTOS.
São, sem dúvida nenhuma, merecedoras de serem chamadas de Doutoras com o "erre" maiúsculo"

V A L E U!!!
Domingo, dia 02 de junho de 2002, às 19:30horas

OBS.: Para mim não importava o que continha nas injeções que elas aplicaram me aplicaram (bloqueios). Mais tarde, descobri que os medicamentos que as doutoras prescreveram estavam absolutamente corretos.
Não existe cura para a FIBROMIALGIA e nem para a FADIGA CRÔNICA, somente a procura por uma qualidade de vida melhor, ou seja, SEM DORES.
No meu caso, melhorou a qualidade de vida, sem dor, mas na cama. Isso não importa.
Hoje estou escrevendo, fazendo trabalhos manuais, consigo escovar os dentes, comer sem dor, sem náuseas e muito mais.
A FADIGA, O ESTRESSE, A SÍNDROME DA FIBROMIALGIA continuam, e minha vida é limitada (acho que só tenho 3% da energia que tinha antes).
Se por algum motivo me decepcionar com esse tratamento ou com as Doutoras acima citadas, não importa, porque pra mim 5 minutos sem DOR já é muito.
"NA CAMA COM CRIS"

"CLÍNICA DA DOR"

Dras. ROSENI LOPES BERTINI

MÔNICA YASMIN PINTO CORRADO
Av. Conselheiro Nébias, 726 - cj.44

Tels.: 3232-3238/3223-6456

clinidor@sataclinidor.com.br

RELÓGIO SENTIDO ANTI-HORÁRIO


LUA


EVOLUÇÃO

Por que cobramos tanto das pessoas sem ao menos pestanejar?
É muito mais fácil ser bom quando temos estrutura familiar, estudo, boa educação, bom salário, geladeira farta...
Temos que nos cobrar e não exigir atitudes corretas de pessoas que nasceram em ambientes tão diversos.
Com certeza, se tivéssemos que passar pelas condições de vida dessa pessoas em questão, será que seríamos tão educados? Será que conseguiríamos seguir os parâmetros ditados pela sociedadde em que vivemos?
E como seria nossa relação com a religião, política, saúde, educação, enfim? É fácil demais quando após termos trabalhado e estudado uma vida inteira, termos conseguido uma boa qualidade de vida e um ótimo pé de meia.
É grande o número de pessoas que trabalharam duro por tanto tempo e não conseguiram nem um palafita para morar. Gastam seus salários praticamente inteiros no aluguel, não sobrando para as coisas mínimas necessárias para um indivídio viver dignamente.
Saúde e Educação? Estou com cinquenta anos e não ví mudança alguma!
Os corredores de hospitais públicos continuam cheios de pacientes pelos corredores ou deitados no chão, tratados pior do que animais, com atendimento precário, manutenção zero, hospitais fechando suas porta. E a educação? Disciplinas importantes sendo abolidas, disciplina inexistente, professores sem tempo para ampliar seus conhecimentos, métodos ignorantes de avaliação, fazendo com que o povo emburreça cada vez mais.
E aí? Onde está a evolução humana, no sentido da palavra?
Não fazemos nada?
Continuamos não tendo tempo para os carrinheiros, para as crianças pedintes, para o malabarismo nos faróis, para o cheiro da fumaça da maconha, para a troca de droga nas praças onde as crianças e adolecentes antigamente usavam para brincar e namorar.
Reclamar? Ridicularizar? Se escandalizar? Culpar o Governo? É ruim, heim! Nós todos, cada um de nós, somos uma parte desse governo que tanto nos envergonha.
Qual a nossa relação com tudo isso? O que estamos fazendo a respeito? E você?
Quanto a mim, sei que tenho a obrigação de ser uma pessoa melhor por viver num mundo que me deu condições necessárias e todas as ferramentas para tanto.
Tive enúmeras oportunidades, bom censo, apoio e estrutura para aproveitá-las no momento em que apareceram, sendo que muitas passaram desapercebidas.
Mas quantos colegas de profissão não puderam crescer devido a problemas de ordem pessoal e de condições de vida desfavorável e, que hoje se sentem frustradas, por terem trabalhado sob uma mesma condição, durante anos, sem tempo para aumentar seus horizontes.
Pessoas que fizeram muito pela sociedade e não puderam fazer quase nada por elas mesmas.
Fica muito claro pra mim, que o ambiente em que vivemos interfere no número de opções a escolher.
Muitos motivos me levam a questionar sobre o que fazer de bom e útil para a comunidade da qual faço parte.
Evoluir como pessoa é fazer e não cobrar!
Evoluir como profissional é trabalhar e não esperar que os outros façam por mim!
Evoluir como "gente" é plantar semente, não só para eu colher, mas para a sociedade fazer uso desses frutos também!
Mas, infelizmente, o que gostamos mesmo de fazer é cobrar sempre do próximo o que nós mesmos poderiamos e deveríamos fazer.
Culpar é bem mais prático do que ir lá e fazer.
Planejar também é mais prático do que realizar.
O ser humano se engana quando diz que evoluiu. Fica esperando sentado até que as condições de trabalho melhore.
Aí pergunto a mim mesma: - Por que não eu mesma fazer algo diferente daquilo que consideramos normal?
"Ser diferente" sim, por que não?
Isso já seria um ótimo começo para evoluir de verdade. Exemplos?
Que tal dar uma excelente aula, mesmo quando o quadro negro está esburacado, tendo que você
mesmo comprar o giz? Por que não coloridos?
Que tal trocar o tema da aula por educação sexual, por exemplo, quando necessário, ao invés de ler o jornal, colocando os alunos para fazerem um T.P. (trabalho prático), só porque você recebe um salário muito baixo?
Falamos tanto em meio ambiente, tá na moda. Então por que não entrar nessa?
Tomar um banho de balde de vez em quando, economizando água e energia.
Ou tendo paciência, ensinando o trabalho doméstico para uma adolescente que nasceu na prostituição.
Abrir sua porta para um vizinho atormentado, diminuir seu lixo, convidando uma criança de rua para comer e tomar um banho, sorrir mais e reclamar menos.
Dividir o que você tem e não o que te sobra!
Andar a pé ou de condução coletiva, deixando de lado o conforto do seu carro, evitando estresse no trânsito.
Enfim, olhando mais para o seu rabo do que para o rabo dos outros.
Pense mais no que você, somente você, pode fazer para E V O L U I R de verdade.

junho 29, 2007

ANTIGOS AMIGOS

Onde estão meus bons amigos?
Meus amigos de épocas passadas?
Já não vejo mais pelas ruas
Estão todos desaparecidos

Passaram todos diante meu caminho
Deixando apenas seu perfume de saudade
Foram todos tendo filho
Seguindo o caminho da eternidade

Descansem em paz turma querida
E na nossa restante caminhada
Nas partes difíceis de nossa vida

Ceda para nós um farol para nos iluminar
Implorai a Deus, para que nos proteja
Até que um dia possamos nos reencontrar

(Essa é uma redação solicitada pelo Prof. Samuel, escrita pelo aluno Henrique Ribeiro Garcia
número 10, turma 475 - nota 8,0 (oito).
obs.: sem data, mas parece ser da época da escola técnica federal de cubatao ou talvez da faculdade de publicidade.
ADOREI (claro, pois é de meu primogênito)
Parabéns

junho 25, 2007

NATUREZA

Saia nas ruas, andando na chuva,
ou saia no sol, sentindo o suor
Sinta o ar puro tocar sua face
ande e corra subre sua cidade
Ande sobre a areia fofa de suas praias
e corra das ondas do mar
Espere o sol se esconder
espere uma noite, linda, linda de luar
Corra pra debaixo daquela árvore
grande,gigante
espere suas folhas que parecem dizer
não fique triste, você tem um amigo dentro de você
Vem, vem, vem comigo sonhar
Vem comigo sentir
a brisa do mar
Vem, vem, vem comigo sonhar
vem comigo sentir
a natureza

Esta é a letra de uma música minha que foi composta em mais ou menos 1974 - pretendo gravar um cd com minhas composições, e quem sabe pequenos vídeos, só para ficar para a eternidade...

junho 10, 2007

vovo nervosa (minha mãe Nair)

Mamãe reclamando do atendimento telefônico com a Beneficência Portuguesa - querendo informação sobre uma paciente

RESSACA FIBROMIÁLGICA


Passei a madrugada acordada, com dores insuportáveis, tomei o dobro de medicamentos, como morfina, gabapentina e outros, e acordei na maior ressaca!
Dores pelo corpo, náuseas, cólicas abdominais e intestinais, dificuldade para urinar, andar, falar, enfim, daw daw daw!
Isso acontece normalmente nesses últimos doze anos, mas quando abuso, ou seja, quando tento viver minhas "duas horas" de energia diária.
Ontem fizemos um almoço familiar, uma bela duma feijoada, para comemoarmos o aniversário de minha norinha Evelyn. Só desci para o quintal quando estava tudo pronto. Aproveitei para curtir mamãe, meus filhos, amigos, irmão, contar piadas, ouvir lorotas, rir bastante, comer (o que normalmente é super difícil pra mim). Gente! Tava bom demais!
Mas quando tudo acabou e subi para meu quarto, as dores vieram com tudo, vocês não têm noção! A sensação é de quem bebeu todas, dançou a noite toda, ou fez uma faxina bárbara, sei lá, é horrível demais, dá para desanimar e a vontade de chorar aflora, sabendo que essa sensação não passará em menos de doze horas, no mínimo.
Muitas vezes, ou quase sempre, desisto de ir à praia, por exemplo. Mesmo com sol fraco, meu rosto queima, visão fica toda embaralhada, minhas pernas travam e meus joelhos insistem em não funcionar.
Se dou risadas ou falo demais (algo que faz parte de mim) fico com dores na arcada dentária e a fadiga aumenta, como se eu tivesse uns oitenta anos talvez.
Se vou ao cinema, o som fica alto por demais, me sinto dentro da tela, coração acelera e, quando tenho que me levantar, o corpo não obedece.
Dançar, dançar, dançar! Adoro! Mas, no último show que fui, em 2006, só consegui curtir por quarenta minutos, e em seguida, veio o suador, vontade de desmaiar, dificuldade para andar e voltar para casa, chateada da vida por não poder aproveitar.
Se fico sentada por muito tempo, tenho dor de amor (a perereca doi...)!
É ruim, heim?
Na época em que estava escrevendo meu livro, nas mais de mil e uma noites de insônia (literalmente) analisei meus sintomas, efeito dos medicamentos, alimentação, estado emocional, produção, e outros, e como sou professora de estatística, fiz uma análise desses ítens e demonstrei através de números, tabelas, gráficos, estudo científico, o que a fibromialgia, depressão e fadiga crônica faz com o meu corpo.
Posso afirmar que não é psíquico, que tudo isso realmente existe, que sem os medicamentos tenho qualidade zero de vida.
É claro que os problemas emocionais aumentam os sintomas, como interferem em qualquer enfermidade.
ATENÇÃO: Quando iniciei meu blog, relatei que tinha "me recuperado da minha enfermidade (fibromialgia)"
Quando digo ¨me recuperei" significa que saí de uma crise.
Crise significa dificuldade para acordar, falar, ir ao banheiro, tomar banho, náuseas, dor, vômitos, diarréia, enfim, um caos!
Mesmo com tudo isso, QUERO VIVER MUITO, continuo com sonhos, estudo, produzo (trabalhando com as mãos e cabeça), administro minha casa, conduzo minha família, tenho milhões de projetos, pretendo fazer mais uma faculdade (FATEC), escrever livros na minhá área (matemática e estatística).
Quando me sinto melhor tenho um grande defeito: "querer fazer tudo ao mesmo tempo", e é aí que caio na armadilha da recaída.
A RESSACA já faz parte de mim, e não tenho outra saída senão conviver com ela da melhor maneira possível, que significa viver dentro dos meus limites. É difícil? É! Mas e daí?
"a coisa mais divina que há no mundo,
é viver cada segundo, como nunca mais..."

junho 07, 2007

ESSE PRESENTE É PARA ALGUÉM

Que sacode mas não cai
Que tremilica mas não se estrumbica
Que grita mas não espicha
Que chora mas não desiste
Que se altera mas não sai do salto
Que ama mas não se ilude
Que ampara mas não se descobre
Que se agita mas não se consome
Que faz mas não aparece
Que está sempre presente mesmo ausente
Que rebola mas não samba
Que gesticula mas não agride
Que faz anos mas não arrefece
Que faz de tudo e acontece
Que soma mas não subtrai
Que toca e não sai da toca
Essa é a Cris que vive por um tris
Que merece ser feliz!
Felicidades das passarinhos
para Cris
Beija-Flor e Bem-te-vi
17/11/1997
(mensagem que recebi das amigas Ana Cristina e Cristiana - irmãs gêmeas - presente de
aniversário)

FICAR SEM DOR É ...

Tão bom quanto fazer amor
É refrescante como uma bola de sorvete
Suave como a brisa do mar
Coração acelerado e vontade de dançar
Mamar na lata de leite condensado, sem culpa
Querer fazer tudo ao mesmo tempo,
como cantar, estudar, dar aulas, costurar,
viajar, rir, chorar, limpar, viajar, nadar
Como se o mundo fosse acabar em duas horas
Querer fazer tudo que vem na cabeça
antes que a dor venha
Pânico da Dor? Com certeza!
Poder comer sentindo o sabor
Poder tomar banho, pentear os cabelos,
pintar os olhos, se olhar no espelho
Tão bom como escutar Beatles, passar
a noite no baile BlowUp
Poder assistir um filme com legenda
sem se perder no contexto
Achar tudo lindo a minha volta
Conseguir enchergar o que produzo
É mágico como o sorriso de uma criança
depois de um parto normal
Poder andar, me movimentar, falar
Como tomar um vinho com queijo
Poder mergulhar nas águas do mar de Salvador
ou na praia dos franceses em Maceió
Dançar uma lambada ou um forró
Ficar até de madrugada na balada
e poder ver o nascer do dia
Tão bom como dar uma aula de estatística
Poder beijar minha mãe e meu irmão
Poder escutar meus filhos
Falar com Deus e rezar sem me perder
nas palavras
Poder agradecer, sem tristeza, sem rancor
Poder brincar com meus cachorros, dar
banho neles e dar volta no quarteirão
Poder ajudar um amigo
Poder conviver com os necessitados
Tão bom como fazer supermercado,
Sentir a voz da razão e do coração
Poder curtir MPB sentada no computador
Sentir saudades do passado
Querer viver o presente
Planejar mil coisas para fazer
esquecendo que minha energia
é tão pouca...

Mas, pensando bem, já estive bem pior