setembro 14, 2007

"INDIGNAÇÃO", Dor é Coisa Séria

No início do mês de agosto, num dia de sábado, estava assistindo a televisão, e percebi que já tinha passado da hora de tomar os medicamentos da noite, e como, pois já eram 1:30 hs da madrugada. Tomei então o dormonid (15mg), o rivotril (0,5mg) e fenergan (25mg).
Aí pensei cá comigo, mais um sabadão sem poder sair e me distrair, mas tudo bem, vou entrar na telinha, esperar o efeito dos medicamentos e tudo bem, amanhã será outro dia.
Eram mais ou menos duas horas do domingo, dia 05/08, quando começaram as cólicas abdominais ou intestinais, dores essas que me acompanham desde 1998 e que já me levaram várias vezes para o hospital. Essas dores são parecidas com as contrações do parto, só que quando elas começam, chego a evacuar, como uma diarréia, e depois, elas continuam aumentando, vou novamente ao banheiro, me sento no vaso, e fico o tempo todo com aquela sensação de querer evacuar, de achar que conseguindo isso, elas vão passar. Mal qual o que, elas não passam , vão aumentando, me tiram do ar, chego a perder os sentidos, o corpo fica gelado, fico transpirando muito, com ânsias de vômito, e como uma barata tonta, deito e levanto, deito e levanto, é horrível. Preferiria que fossem as dores do parto, pois saberia que elas teriam um fim e que teria como recompensa uma linda criança nos braços esperando para mamar. Mas não, não é bem assim.
Sendo assim, passei a madrugada toda no banheiro, e não sei se por orgulho ou por não querer ser chata, acabo não acordando ninguém, correndo o risco de cair, sem ninguém para me levantar.
Mais ou menos, umas cinco horas da manhã, estava eu novamente no banheiro, quando percebi que havia sangue, bem vermelho vivo, no papel higiênico, e aí... fiquei aparovada, pânico total, pensando cá comigo, sangue não é bom sinal, algo errado está acontecendo, já tirei o útero, trompas, ovários, portanto, o que será que terei que tirar mais ainda?
Como qualquer pessoa normal, os pensamentos negativos e terríveis tomaram conta de mim, e as contrações não paravam, já estava cansada, cãimbras nas pernas, formigamento ao ficar sentada no vaso, pés inchando, um tudo.
Tentei pensar na possibilidade de algum machucadinho no ânus, ou uma veiazinha que tinha estourado, tentei mudar as energias negativas que me invadiam.
Consegui então me deitar, aqueci a barriga e o bumbum, e percebi que, se ficasse bem quietinha e aquecida, as dores ficavam na mesma intensidade, então foi o que fiz.
Mal qual nada, as cólicas aumentaram, lá fui eu ao banheiro novamente, e senti que escorreu alguma coisa, passei o papel... era sangue novamente? mas porquê?
Foi quando chamei pelo Walter, meu marido, não consegui esconder, mostrei a ele o papel, já me tremendo toda, e ele então começou a me distrair, dizendo que não era nada, algum machucadinho no ânus, por causa da força que fazia durante as contrações e cólicas, blábláblá... voltei para a cama.
Pedi então a ele que preparasse uma bolsa de água quente, bem quente, e a coloquei no bumbum, e um pouco na barriga, intercalando, assim eu ia acalmando as dores já tão conhecidas, velha amiga.
Depois de um certo tempo, retornei ao banheiro para urinar, e senti algo escorrendo novamente, então, como meu vaso é escuro, não teve outra. Enfiei as mãos no vaso e percebi então que tinha uns grânulos, não sei como me explicar, e no papel novamente o sangue.
O pânico aumentou, fiquei quietinha no meu quarto, tentando não me levantar, morrendo de medo de ter que ir para o hospital, pois na maioria das vezes, somos mal atendidos, tipo fibro o quê, toma um sorinho e... volto para casa pior ainda.
Já era tarde, tipo 23:00 horas, quando não aguentei mais o medo, tive uma crise de choro, fiquei na maior dúvida com o que fazer, as contrações não paravam, peguei a agenda antiga de telefones e graças a Deus encontrei um telefone residencial de uma das médicas da Clínica da Dor, Dra. Mônica.
Liguei para ela, ficando na maior expectativa, será que continua o mesmo telefone? Para meu consolo, o telefone era o mesmo sim, quem atendeu foi o marido dela, e a chamou para falar comigo (ah! que alívio...).
A essa altura, já estava difícil conversar, a crise de choro não parava, expliquei a ela o que estava acontecendo e, é lógico, ela disse que sangue era igual a hospital, não tinha como fugir disso, era a atitude mais razoável a se tomar, pois as cólicas, tudo bem, eu já as tinha e a síndrome do intestino irritável, ou cólon irritável, faz parte do conjunto de sintomas da fibromialgia, mas sangramento? isso já era demais!
Combinei com ela o seguinte: se o sangramento parasse, ficando eu bem paradinha e aquecida, eu iria procurá-la no pronto atendimento na Unimed (convênio médico) antes de ir para qualquer hospital ou pronto socorro, então ficou acertado.
É lógico que as cólicas continuaram, mas fiquei mumificada, evitando ao máximo ir ao banheiro, pois não queria ir mesmo para o hospital, as experiências em relação a isso são terríveis.
Minha norinha Evelyn me acompanhou na consulta as 14:00 horas da segunda-feira, com a Dra. Mônica, a qual me acalmou, fez um simples exame de toque, informou que superficialmente não havia nenhum machucado, que algo estava acontecendo mais pra dentro, solicitando então que eu procurasse a proctologista urgente, pois da mesma forma que poderia ser um nada, haveria sim a possibilidade de algo mais sério, necessitando de investigação urgente. Não tomei bloqueios (injeções c/corticóides e outros) para as dores, pois dessa maneira se evitaria a possibilidade dos medicamentos mascararem os sintomas que levaram ao sangramento.
Chegando em casa, meu marido me ajudou a marcar a consulta com a proctologista Dra. Maria Lygia, a qual já conhecia desde o ano 2000, na época em que estive até hospitalizada por causa dessas mesmas dores, tendo o médico clínico geral de plantão feito todos os exames e não tendo encontrado absolutamente nada que justificasse a intensidade das dores.
Naquela época, passei por um exame clínico feito no próprio consultório e a Dra. comentou sobre a possibilidade das dores serem ocasionadas devido a um nervo chamado "pudedo", algo assim, que teria perdido a elasticidade com os partos normais, que foram três. Me orientou na época, a fazer exercício físicos, como natação, para melhorar a musculatura, sendo que a partir daquela consulta, as dores se generalizaram pelo corpo todo e enfim... acabei parando no Hospital das Clínicas em São Paulo, onde foi confirmado o diagnóstico da Síndrome da Fibromialgia, Síndrome da Fadiga Crônica, Neuralgia do Trigêmeo, etc., etc., etc..., acabei numa cadeira de rodas, e depois as doutoras da Clínica da Dor em Santos assumiram o meu caso, entraram com a medicação correta e assim foi...
Consegui uma consulta urgente, Dra. Maria Lygia tomou conhecimento das enfermidades, tipos de tratamento, medicamentos atuais, consegui a muito custo resumir sete anos em dez minutos, pois era uma consulta de encaixe, e ela então solicitou o exame "colonoscopia" urgente, fez o exame de toque, verificando que realmente não havia externamente nada que justificasse sangramento. Perguntei a ela se seria algo séria, e ela então me respondeu apenas que nenhuma doença é boa, que teria mesmo que fazer o exame primeiro, para que ela pudesse dar seu parecer.
O exame em sí não foi dolorido, mas a preparação para ele foi terrível, pois os medicamentos ingeridos para fazer a limpeza total do intestino, me provocaram mais cólicas, não conseguindo mais me levantar para ir ao banheiro consecutivamente, tendo então que ficar na cama, sobre várias e várias toalhas, enquando perdia líquido e líquido e líquido, uma situação nada agradável, o que me deixou super debilitada em total desconforto.
O exame foi feito com anestesia geral, não ví nada depois que me colocaram o soro, apenas me lembro do anestesista, que se parecia muito com Fred Flinstons, muito simpático, o qual me acalmou e... acordei, sem me lembrar de absolutamente nada. Pedi a enfermeira para conhecer o Dr. Nelson, ele conversou comigo, disse então para que eu não me preocupasse, que tinha sido realizado o exame com sucesso e que não havia nada com o que me preocupar.
Voltei para casa bastante abatida, muito dolorida, corpo trêmulo demais, muita fadiga e fraqueza e, sabia eu que tinha que esperar pelo resultado, que precisava de um tempo para me restabelecer e tentar ao máximo não pensar em besteiras ou coisas negativas.
Nesse intervalo, tive consulta médica com a segunda dra. da Clínica da Dor, Dra. Roseni, a qual também me acalmou, fez a avaliação de rotina, tratou dos medicamentos e também do meu estado psicológico.
Recebi o resultado do exame Colonoscopia dia 27/08/2007, não consegui evitar e abri, como sempre faço, para ver diagnóstico.
Lí tudo, letrinha por letrinha, não entendendo muitas coisas, percebi que o exame tinha sido realizado com sucesso, intestino limpo, tudo nos conformes, e cheguei então no diagnóstico: ileíte crônica com hiperplasia linfóide reacional.
Todas nós, mulheres fibromiálgicas, temos o costume de estuda e pesquisar sobre tudo, incrível, nada nos passa desapercebido, e é claro que liguei o computador e busquei o Dr. Google, é claro.
A primeira página que abri, por um acaso, foi a do CyberDiet, justamente a empresa em que meu filho mais velho, Henrique, trabalha. Então tinha lá informações sobre a Doença de Crohn (ileíte crônica) com seus sintomas, como vômitos, diarréia, falta de apetite, cólicas e em alguns casos, febre.
Naquele momento acabei ligando os fatos às tais viroses que ocorrem de cinco em cinco meses, onde acabo sempre no hospital, o exame de sangue e urina dão negativos, os médicos de plantão me colocam no soro com medicamentos para parar os vômitos, e dizem "deve ser um tipo de virose", e volto pra casa abatida, desencantada da vida...
Depois, entrei em outra página, da ABCD, uma Associação Brasileira de doenças do intestino, como colite e doença de crohn, me inscrevi e enviei mensagem, sendo que após alguns dias, recebi folhetos explicativos e revistas, informando sobre essas duas enfermidades. Acabei ficando impressionada com depoimentos diversos, mas de pessoas que ficaram melhores depois de intervenção cirúrgica, o que acabou me assuntando mais ainda.
Escrevi então no blog de minha amiga Sandra, do grupo da fibromialgia, sobre a necessidade de estarmos sempre investigando as dores, pois nem tudo deveria ser atribuído à Síndrome da Fibromialgia (http://mulhereguerreirapornatureza.blogspot.com).
Estava eu muito preocupada, principalmente porque as cólicas continuavam a incomodar, me incapacitando até de ficar sentada, necessitando então de repouso. Tive que interromper também a hidroterapia, pois o frio aumenta as minhas dores, não seria o momento ideal para entrar na água quente, molhar os cabelos, aumentado assim o problema de friagem, dores e desconforto.
Fiquei preocupada também que minha mãe ficasse sabendo, pois ela está cuidando de uma amiga, que começou com um sangramento, acabou por retirar parte do intestino, está em tratamento de radioterapia e outros, com câncer. Sabia que se falasse algo para ela, seria muito cruel, ela com certeza faria associações e tiraria conclusões mais rapidamente do que eu mesma.
Chegou então o dia da consulta, dia 11/09/2007, fui a terceira paciente a ser atendida naquele dia (ainda bem, pois o pânico estava me deixando piradinha). Na verdade, eu gostaria de ter ido sózinha, mas meu marido me acompanhou, e não seria nada elegante pedir a ele que não entrasse comigo na sala da doutora, então, tudo bem, pensei, seja lá o que Deus quizer.
As minhas expectativas em relação a essa consulta seria tipo: "qual será minha dieta", "o que não poderei comer", "será que terei mais medicamentos?", "mais uma doença crônica", "o que fazer com minha falta de apetite?", "qual será a disciplina?", "será progressiva?", "cirurgia? nem pensar" e também a esperança de não ser nada, apenas mais uma crise, provavelmente terei que me disciplinar, alterar rotina, medicamentos...
A Dra. então nos recebeu, pegou o exame, analisou e disse não ser nada demais, ileíte provacada, explicou como o intestino se comporta com as cólicas e contrações, disse ser igual a cólon irritável, síndrome do intestino irritável, sintomas da fibromialgia, sendo a ileíte de difícil diagnóstico, causada por problemas emocionais, .... até que começou então a traçar um perfil da Maria Cristina, comecei a me sentir incomodada, chateada, pensando que mais uma vez, problema emocional?
Foi então que ela começou a falar sobre energia, que eu tinha, nesses anos todos, canalizado tudo de ruim para dentro de meu corpo, precisava de meditação, quanto à insônia, que eu tinha que dormir (mas não consigo dormir), fazer tratamento psiquiátrico para insônia (há doze anos faço isso, já tentei de um tudo), precisava de psicoterapia (Gente! Não aguento mais fazer terapia, cansei...), até que Walter entrou na conversa, eles falavam sobre mim, que eu precisava viajar (meu ânus está doendo, como enfrentar uma estrada?), que eu me sentia culpada por estar enferma (realmente, me sinto inútil, um estorvo, mas jamais interfiro na vida de meus filhos ou marido, o qual viaja sempre, tem sua vida e liberdade, e quanto aos meninos, tenho sorte, são bons, compreensivos, se informam, não são ignorantes e nem insensíveis, vivem suas vidas), e assim foram falando, me analisando, até que fui chamada de EGOCÊNTRICA, MAS NÃO EGOÍSTA?????? Eu já estava com a auto-estima no chão, confundi então egocêntrica com perfeccionista, pensei então: - sobre o que estão falando? Me senti mal, meus pensamentos ficaram confusos, queria então gritar, seria eu essa pessoa autodestrutiva? Mais uma vez, é problema emocional? é psicológico? o que está acontecendo?...
Nos despedimos, agradeci com a cabeça cabisbaixa, tonturas e ânsias, uma sensação de vazio, entrei ruim e saí muito pior, me deu duas receitas, uma indicando psicoterapia e outra um medicamento para dores, e que retornasse após três meses ou em caso de sangramento... voltamos para casa, fiquei sem entender o que estava se passando comigo, o que tinha me incomodado, não consegui falar mais nada, só queria voltar para minha casa.
Chegando ao meu quarto, coloquei meu pijama, liquei a tv, tomei um copo de soda, acendi um cigarro e deitei. Não conseguia prestar atenção a nada, ou seja, estava me sentindo um nada, uma idiota, uma suicida em potencial, precisava conversar com alguém, não, precisava analisar tudo que tinha escutado, não entrou, travou na garganta, precisava urgentemente organizar meus pensamentos, colocá-los em ordem, me acalmar, então comecei a escrever no meu Diário de Bordo, é um costume antigo, o papel sempre foi meu melhor amigo.
Foi aí que escrevi cada ítem observado pela Dra., e pensei: insônia? tenho, não tenho como negar; problemas emocionais? também, como qualquer ser humano, não conheci nenhum que não os tenha; perfeccionista? com certeza, a impotência, incapacidade física me deixa transtornada, e quando tenho algumas horas de energia, quero fazer de um tudo, e acabo detonada, tudo bem, aceito; energia? confesso que estou em baixa; eu canalizei todas as coisas ruins para dentro de mim? já está demais; autodestrutiva? então deveria ser internada na psiquiatria urgentemente; EGOCÊNTRICA, MAS NÃO EGOÍSTA? Aí me toquei, afinal o que é egocêntrica? Pensei, ego e centro, meu ego é o centro de tudo, sendo assim, não exclui o egoísmo. PAREI TUDO! CHEGA, NÃO DÁ MAIS, COMO UMA PESSOA, SEM ME CONHECER, SEM SABER DOS MEUS PROBLEMAS PESSOAIS REAIS E EMOCIONAIS, PODE SE ACHAR NO DIREITO DE TRAÇAR MEU PERFIL, USANDO AS PALAVRAS DE UMA MANEIRA DESPLICENTE, SEM NENHUM CONHECIMENTO DE CAUSA E SEM NENHUM RESPEITO? NINGUÉM TEM ESSE DIREITO! GENTE! E EU? NÃO FIZ NADA A RESPEITO? ENGOLI EM SECO?
NOVAMENTE A EDUCAÇÃO ME ATRAPALHOU, ME TRAVOU, ACABEI LEVANDO PARA CASA MAIS PROBLEMAS DO QUE TINHA ANTES DA CONSULTA.
Acredito que todas as enfermidades são geradas por nós mesmos, ou por excesso de mágoas, ou por não cuidarmos de nós mesmos, ou por desrespeito ao nosso organismo, tudo bem, posso até admitir que eu tenha absorvido enfermidades por estar passando por problemas pessoais, emocionais, que também até o que costumam falar sobre tipos de câncer, diabets nervosa, problemas de pressão ocasionados por problemas pessoais, nervoso, ou emocionais, tudo bem, com certeza 50% das causas devem ser formadas por nós mesmos. Mas, e daí? Caso isso seja uma verdade, as doenças devem ser tratadas, respeitadas, se tudo é emocional, para que especialidades médicas? Para quê existem as cirurgias, medicamentos, pesquisas, hospitais, médicos, enfermeiros, ou seja, porque existe então a ÁREA DE SAÚDE? Se eu tive uma infecção no útero e essa tenha sido causada por problema emocional, porque então passei por uma intervenção cirúrgica? Ora, se o problema é emocional, psíquico, não deveria ter então o médico retirado o útero, as trompas, os cistos no ovário. Bastaria internar numa psiquiatria, fazer psicoterapia, meditação, energização, ou sei lá o que mais.
FICA BEM MAIS FÁCIL ALEGAR PROBLEMAS EMOCIONAIS, PESSOAIS, PSÍQUICOS, DOENÇA FANTASMA, ISSO NÃO EXISTE, É DE ORDEM EMOCIONAL, OU ESTRESSE, ... SENHORES DOUTORES! DOR É COISA SÉRIA! O MÍNIMO QUE NÓS, PACIENTES, DESEJAMOS, É RESPEITO, DIGNIDADE, SERIEDADE, ESTAMOS COM DOR, INCAPACITADOS PARA O TRABALHO, TIVEMOS PERDAS PROFISSIONAIS E OUTRAS, PRECISAMOS NOS TRATAR, MESMO QUE VOCÊS ALEGUEM QUE NÓS MESMOS SOMOS RESPONSÁVEIS PELAS ENFERMIDADES. ISSO É CRUEL!!!
Os médicos também ficam enfermos, as doenças existem e podem afetar qualquer indivíduo, portanto a fibromialgia deve ser tratada e respeitada como outras doenças, estamos com dor e sofremos como quaisquer outros pacientes, como os diabéticos, tuberculosos, aidéticos, cardíacos, enfim, estamos doentes e precisamos de tratamento medicamentoso, precisamos da medicina e de seus integrantes, precisamos ser respeitados, cuidados e não ignorados, não aguentamos mais a discriminação, a falta de tratamento adequado, as clínicas de dor devem ser inseridas no SUS, o Hospital das Clínicas de São Paulo não tem como atender a todos os pacientes, milhares de pessoas estão sem diagnóstico, com dores, dores crônicas, sabemos que as dores fibromiálgicas são equivalentes as dores oncológicas, portanto precisamos ser tratados e respeitados como qualquer pessoa enferma, com direito a afastamento pelo INSS, medicamentos apropriados, tratamento fisioterápico e psicológico. Gostaria de saber qual a pessoa doente que não entra em depressão, quando se encontra debilitado, com dores, sem poder fazer suas atividades normais do dia a dia.
Depressão? Estresse? São enfermidades também, têm consequências terríveis, precisamos de tratamentos de prevenção, como qualquer outras doenças.
Como a Dra. disse, NENHUMA DOENÇA É BOA!
Voltando ao fato, depois que pensei sobre tudo isso, tive um crise de choro, as lágrimas rolavam como gotas de cloro, o rosto ardia, a barriga inchava, foi aí que tive a idéia de conversar com alguém na telinha do computador, estava sozinha, precisava falar, gritar, o nó na garganta parecia aumentar mais ainda com o choro, chorar aumenta as minhas dores, principalmente as dores de cabeça, foi então que liguei o computador, e para minha surpresa e alívio, já tinha duas amigas me chamando no msn, duas amigas fibromiálgicas, guerreiras, como todas que eu tenho conhecido, todas inteligentes, sempre pesquisando, procurando tratamento, sempre com dores, mas na luta, muitas vezes esquecendo de seus problemas para ajudarem outras pessoas, escondendo suas dores atráz da telinha, para dar apoio àquelas que estão em crise, necessitando de palavras boas, de esperança, de conforto, e é assim que vivemos, com dor, mas na luta, Dor é Coisa Séria, não é para qualquer um, acho mesmo que somos especiais, guerreiras por natureza.
Fiquei então com elas na tela, desabafei, indaguei, chorei, pedi ajuda, cheguei ao máximo de meu limite, e ainda por cima, ao mesmo tempo que digitava, perguntei ao Dr. Google sobre o que significa "Egocêntrica", incrível, não? Se eu fosse egocêntrica e egoísta, com certeza, não estaria enferma, sem dúvida alguma, pois eu seria o centro de tudo e meu próximo seria um nada, portanto não haveria nenhum problema emocional ou pessoal que me derrubasse, pois eu seria o centro de tudo.
ALÔ MENINAS DA TELINHA! BRIGADÃO, FOI UMA CONSULTA E TANTO, ESTOU DEVENDO ESSA, HEIM? PARABÉNS, AMIGAS DA TELINHA! SE COMPORTARAM MUITO MELHOR QUE QUALQUER DOUTOR, PSICÓLOGO, PSIQUIATRA, VOCÊS REALMENTE ME SURPREENDERAM!
Mas, como sempre digo TUDO ISSO PASSA, passou, estou na luta, e fiquei melhor ainda depois da consulta com o Dr. com DR maiúsculo, ortomolecular, Dr. Luiz Alceu de Araújo.
Esse, com certeza, pode traçar um perfil da Maria Cristina, pois tem informações mil sobre meus problemas pessoais e emocionais, acreditou em minhas dores, pesquisou e descobriu, não ignorou, e o incrível é que tudo começou com as cólicas abdominais, nas quais acredita, não é ganancioso, sabe dividir o paciente com outros especialistas, apesar de trabalhar com a homeopatia, sempre está a par dos medicamentos que tomo, inclusive a morfina, sempre tem algo novo a me informar, a cada consulta com ele, me renova as esperanças, me faz acreditar que posso ter uma qualidade de vida melhor, me dá energias para continuar lutando contra essas dores infernais, me viu numa cadeira de rodas, depois de andador, depois de bengala, nunca em nenhum momento me desrespeitou com palavras jogadas aleatóriamente sem conhecimento de causa.
Falei sobre tudo com ele, me explicou melhor sobre o funcionamento do intestino delgado, se irritou com a insistência de doutores colocando o problema como fator apenas emocional, não ignorando, lógicamente, que esse fator influi no funcionamento do intestino.
Explicou que o diagnóstico da ileíte crônica não era algo fácil, mencionou também a relação da mucosa do intestino delgado com a nossa tão conhecida serotonina, é claro que não vou conseguir me lembrar das palavras corretas, eu não sou médica, portanto, qualquer coisa que eu diga pode até comprometer os fatos reais.
Sendo ele um médico de categoria, não iria jamais falar, analisar, comentar ou explicar o que a Dra. disse ou deixou de dizer.
Apenas assumiu o problema, pediu que eu tomasse medicamentos de manipulação para as cólicas abdominais e bom funcionamento do intestino, vitaminas e outros, conseguiu me acalmar, me tratou com respeito, entendeu cada indagação minha, se estendeu na consulta, esquecendo do seu horário de almoço, fez revisão de todos os meus medicamentos, e me fez sentir viva novamente, pronta para a luta.
Não foi nada fácil relatar sobre tudo isso, é como se o problema voltasse, mas prometi a mim mesma que continuaria com os relatos de uma fibromiálgica, continuo com dor, mas estou viva, e se tenho a vida, tenho que continuar a minha luta, aprender a dizer não, exigir respeito e dignidade, esquecer a educação quando necessário, não me calar e ignorar, não ter medos, aprender a viver dentro da minha realidade e pensar nas pessoas que não tem um milésimo do que eu tenho para conviver com essa enfermidade, que não é a mais importante, mas é uma doença, deve ser tratada como tal.
Fica então aqui registrada a minha indignação, não esquecendo em nenhum momento as coisas boas, toda a ajuda que tenho recebido de Deus, dos amigos, de meus filhos, de doutores com DR maiúsculo e FORÇA NA PERUCA!

8 comentários:

Suely B. Pedro disse...

Cris, minha querida amiga....há poucos dias eu estava conversando com alguém muito estudado, culto...e como eu havia lhe mandado uma cópia da carta...Se vc ama alguém com fm...ele me falou, que eu dava uma de vítima...Não era um médico, pq desisti deles....Vítima...somos mesmo, vítimas da ignorância de médicos, cientistas..e etc...Eles não sabem como nos tratar, então nos diminui, nos humilha. Eu já fui muito humilhada por médicos e médicos de renome...e eu pagando consulta.Como já lhe falei desisti de médicos. Hj, estou tomando um anti depressivo e há dois meses comecei a tomar Aloe Vera...que não nenhuma contra indicação.Estudei muito sobre esta planta e um dia no orkut caiu do céu uma pessoa que perguntou quem se interessava usar Aloe Vera e com preço de custo....Aí, então comecei a minha luta.Estou um pouco mais resistente. Minhas unhas com micoses estão quase curadas...candidíase, que tb é um presente para nós fm...foi se embora tb...a bursite no ombro....isso eu reparei, pq é visivel...aaa..meus intestinos....estão eliminando as toxinas, a gente percebe por causado cheiro das fezes.Estou maravilhada! E, se Deus quiser, vou melhorar mais ainda.Cris, escreva sempre, pq assim nos ajuda e podemos, talvez, ajudá-la, com nossos ouvidos ou melhor,ler o que vc escreve.Eu sinto muito por tudo o que está passando, mas vc nãó é a única.Eu já ouvi ´de um reumato..que era chato tratar de fibromiálgica, que ele preferia tratar de quem tinha câncer ósseo. Bem, minha querida amiga. Vamos dar força uma para outra, contando com nosso Deus que é Pai e nos ama muito, incondicionalmente. Até logo mais. Tõ com vc. bjs com muito amor, carinho e lealdade.

Cristian Willians disse...

é incrível sua força de vontade, preciso me espelhar em vc pois estou quase entregando os pontos tanto da fibro como com os problemas pessoais..

Vc é um exemplo tenho orgulho em ser seu filho do coração!!!!

Anônimo disse...

Trabalho com um cientista,na área de bioestimulação de células,elimina dores sem uso de medicamentos e sem uso de cirurgia.Posso mandar um laudo cientifico se vc quiser. um abraço .

Inflamação

A inflamação é um mecanismo de resposta do organismo a lesão tecidual, seja qual for à origem de agressão (mecânica, química, infecciosa) e (aguda ou crônica) ela depende de respostas hormonais e celulares, que se não tratada evolui para uma fase degenerativa.

O processo inflamatório está presente em uma gama de patologia, que nos molestam no dia a dia, sejam elas agudas (traumatismo, cirúrgicas e infecciosas) ou crônicas (artrite, doença do colágeno ou artroses).

Saiba mais poço mandar um laudo cientifico.

www.8p.com.br/quantovalesuasaude



Contato; Valdir (48) 8805.9746 SC (11) 7620.5122 SP.

E-mail valdir.floripa@gmail.com

Skype valdir.fenix

Msn valdir.floripa@yahoo.com.br

Tania disse...

Noossa acho q estou caminhando p um diagnóstico desse tbm! Sinto essas coisas quando à cada 20 dias me dá cólicas e diarréia. Outro dia tive sangramento (pouco)vivo.Fui na ginecologista q me examinou e não encontrou nada q justificasse o sangue.Agora estou fazendo um montão de exames...Não tenho plano de saúde.Afff q mal.Tambem estou assustada.Mas lendo seu depoimento penso q deveria usar Aloe Vera e comer bem pouquinho e + vezes e sei lá(Consultar um Ortomolecular?)Mas cade $$.Menina q sufoco né?! Fica com Deus.Bjs

Unknown disse...

olá Cris !! Entrei no meu também amigo Google para pesquisar o que era Ileíte Crônica com Hiperplasia Linfoide e acabei entrando seu relato. Fiquei impressionada em ter encontrado alguém com problemas tão semelhantes ao meu. Além de Ileíte (diagnosticada na minha última colonoscopia) tenho retocolite ulcerativa (esta desde os 13 anos) e, acredite, Fibromialgia. Muito já me disseram sobre origem emocional e por um lado eu até acredito pois sou uma pessoa extremamente preocupada com tudo: seja no trabalho, na faculdade, amigos, enfim. Sempre estou a 1000 km/h querendo fazer tudo ao mesmo tempo e por me empenhar acabo fazendo, mas não vejo isto por um lado positivo, pois me cobro demais. Sempre que passo por um período mais conturbado as crises (tanto de retocolite quanto a Fibromialgia) aumentam. Até onde sei, estas doenças não tem cura e todos dizem que se eu for mais "relax" estes problemas vão reduzir muito, mas creio que o problema é que falta conhecimento médico e acabamos ficando desamparadas. Se tem uma coisa que irrita é alguem pedindo para a gente não ficar triste ou preocupada! Isto não resolve nada, precisamos de meios concretos para isto ! Só quem tem este problema sabe como as dores são terríveis. Li em um Blog certa vez que as pessoas que tem problemas no intestino sabem de cor onde fica cada banheiro, e isso é verdade !! O meu caso sempre é bastante crítico de manhã, fico mais de hora correndo e saindo do banheiro, até passar a crise, diversas vezes eu já cochilei sentada na privada enquanto esperava a crise passar.. A dor é terrível, em especial quando não se está em casa e é preciso segurar até encontrar um banheiro.. a dor é desconcertante, chega a arrepiar até o último fio de cabelo, não dá nem pra raciocinar sem contar que para segurar também é dificil, digamos que o tempo é muito curto. É terrível !! E os preparativos para o exame, são desumanos. Fazer uma pessoa que já tem o intestino machucado tomar 4 cápsulas e também 1 litro de laxante sinceramente não tem cabimento, ainda mais em jejum! Fiquei completamente desidratada e o intestino pior ainda. por isto é que mesmo tendo este problema, esta voi a 3a vez que fiz e não sei quando vou ter coragem de fazer denovo rs
O que me encorajou foi saber que a colonoscopia pode salvar a vida, pois há muitos casos que viram cancer e a cada ano a chance aumenta (pelo que li no Google rs).
Quanto à fibromialgia, eu realmente não sei o que fazer também. Tenho alergia de relaxantes musculares, já tente fisioterapia que ajudava momentaneamente mas logo parei. Tentei ioga, pilates, acupuntura, massagem, mas nada tira esses nódulos terríveis do meu trapézio. E quando vem as crises, meu Deus do céu !! Dá vontade de pegar um martelo e encher o ombro e costas de pancada!! Sério !!
Sei que vc me entende rsrss e quero dizer que você não está sozinha com toda esta "loucura".
Uma curiosidade: li que em Portugal, quem ,tem doença crônica como retocolite por exemplo (ileíte também) trabalha só meio período (agora não li sobre o salário rsrss). Eu ate acredito que no Brasil, após diversas perícias seria possível conseguir afastamento pelo INSS e, porque não, aposentadoria?
Bjs,

Juliana.

Unknown disse...

Nossa, a cebei de voltar do proctologista e tmb tinha lido no google sobre a minha ileite hiperplasia linfoide...e chagando lá ele disse q não era nada, nadinha! eu argumentei e ele afirmou: "isso não é nada, proucure um gastro"...sai de lá e estou até agora inconformada...sinto dores abdominais todos od dias. e agora oq fazer?

Maria Zigante disse...

Olá.
Tive o meu diagnostico de doença de cronhn ontém. Estou desorientada e inconformada. Até cinco meses atrás eu era uma pessoa saudável, não sentia nada. E eu acreditando que era somente mais uma crise de gastrite, que já me acompanha desde a adolescencia. Saber que não tem cura é absolutamente assutador. Já faço tratamento psiquiatrico e psicologico, ser ligada no 220volts 24 horas por dia esta me custando muito caro. Não sei o que fazer.
Boa sorte para nós todas.

Abraços
Maria Zigante

Maria Zigante disse...

Olá.
Tive o meu diagnostico de doença de cronhn ontém. Estou desorientada e inconformada. Até cinco meses atrás eu era uma pessoa saudável, não sentia nada. E eu acreditando que era somente mais uma crise de gastrite, que já me acompanha desde a adolescencia. Saber que não tem cura é absolutamente assutador. Já faço tratamento psiquiatrico e psicologico, ser ligada no 220volts 24 horas por dia esta me custando muito caro. Não sei o que fazer.
Boa sorte para nós todas.

Abraços
Maria Zigante